Pular para o conteúdo principal

Exemplo de CRUD para o AppEngine(Struts 2 + Google Guice + JPA)

E dando continuidade a série "Who wants to be a milionaire"...

Ok, então você já teve a sua idéia milionária, já deu uma lida no Google AppEngine(GAE) depois do meu último post mas agora tá faltando aquele 'empurrãozinho' para iniciar seu projeto.
Tudo bem, aqui vai um empurrão ladeira abaixo...

Vou detalhar neste post uma aplicação completa(CRUD) utilizando alguns frameworks Java(Struts 2, Google Guice, JPA) sendo hospedada no Google AppEngine(GAE).
Não vou entrar em detalhes específico de cada um dos frameworks pois precisaria de algumas dezenas de posts para isso, o intuito é somente a adaptação necessária para ser executada no GAE, e alguns comentários sobre a arquitetura do projeto.

> Struts 2
Infelizmente não é plug-and-play neste ambiente, porém para utilizar o Struts 2 no ambiente do GAE, as modificações são bem simples.
A primeira delas é em relação ao framework Ognl que para execução de Reflection acaba esbarrando em algumas problemas de segurança.
Para corrigir basta criar um ServletContextListener que desabilita tais verificações de segurança do framework.
Código aqui

A segunda limitação é referente ao framework freemarker. Ele faz uma referência a classe javax.swing.tree.TreeNode que não é permitido pelas regras de segurança do ambiente. Há duas possibilidades de solução, a comunidade responsável pelo freemarker criou um pacote com esta classe já modificada, para rodar no GAE, e outra possibilidade é sobreescrever esta classe removendo as referências.
Código aqui

> Guice
Esse sim é plug-and-play, sem modificações necessárias.

> JPA
Como devem ter notado, o GAE não possui um 'banco de dados' como conhecemos e estamos acostumados com os SGBDR. O Google desenvolveu seu próprio banco de dados, não relacional, que é conhecido por 'BigTable', e diferente dos bancos de dados relacionais que estamos acostumados, a forma de manipulação e organização do BigTable é um tanto diferente. porém a maior parte dessas partiularidades é abstraido dos desenvolvedores ao utilizarem a API de JPA, o framework Datanuclues se encarrega de fazer o trabalho pesado.
Aqui vocês podem ver mais detalhadamente.

Pronto, os três principais frameworks da aplicação, depois das customizações e configurações estão prontos para serem executados.

A aplicação de exemplo que criei é um CRUD simples, com as opções de login/adicionar/excluir/listar e além de um upload de arquivos.
O código fonte, e toda a aplicação podem ser baixados neste link.

Basta executá-lo e modificar segundo a sua aplicação.

> Upload de arquivos
Se quiserem utilizar a opção de upload do Struts 2 com a API de commons.fileupload, funciona sem problemas, porém o meu exemplo eu preferi utilizar a API de Blobstore(ainda em versão beta) disponibilizada pelo GAE.
É uma API bem prática e simples, e facilita muito a vida ao se trabalhar com arquivos.
O que você precisa fazer para trabalhar com ela, é ao fazer um upload, redirecionar o seu destino, ao invés de enviar o arquivo para um servlet/action, você envia para a API de Blobstore que já armazena o arquivo para você, lhe disponibilizando a chave de acesso para este arquivo. E com isso já elimina os diversos problemas que você teria para controlar e armazenar arquivos.
Código aqui.
[Se derem uma olhada no código da minha classe BlobstoreServlet, verão que há alguns códigos de manipulação de imagem com a API de ImageService, caso vocês queiram redimensionar, girar, cortar, etc]

Pronto, agora o que falta para você tirar a idéia do papel?

Algumas observações sobre o projeto:
==>O controle de transação e do EntityManager JPA, está sendo feito atrás do padrão Open Session In View, ou seja, a cada request é uma transação gerenciada por um ServletFilter. Assim evitamos o trabalho manual de controle de transação e principalmente as exceptions de LazyInitialization.
==>O Guice que está controlando toda a injeção de dependência, e está sendo utilizado para separar as camadas da aplicação. Assim caso você queira tirar sua aplicação do GAE e rodar em um servidor próprio, basta mudar as implementações na classe IoCBinder.
==>Para API de Blobstore funcionar em ambiente de produção, é necessário que sua aplicação esteja habilitada a cobrança.

Caso queiram conferir a aplicação rodando online:
http://strust2crud.appspot.com/ (usuário - rafael@yaw.com.br / senha - yaw)

Então é isso. Boa sorte com vossos projetos, e a cerveja pode ser Bohemia ou Original mesmo.

Rafael Nunes
http://twitter.com/rafanunes
http://blog.globalcode.com.br/search/label/Rafael
http://www.yaw.com.br
http://www.globalcode.com.br/instrutores/RafaelNunes

Comentários

Unknown disse…
Boa tarde,

Muito legal.

o exemplo não está entrando com o login e senha passado no fim do post.
Oi Rafael,

o post é muito interessante, mas também não consegui fazer o login com o username-password indicados.

Aproveito para deixar 3 perguntas aqui:

. Você saberia dizer se o Wicket é plug-and-play no GAE, como você diz?

. Na seção sobre JPA, você está se referindo ao produto DataNucleus, não é?

http://www.datanucleus.org/

Esse produto implementa a JPA para o Big Table do GAE do mesmo modo que o Hibernate implementa a JPA para BDs relacionais?

. É necessário incluir o DataNucleus na sua aplicação ou ele já está integrado à API Java do GAE?

Obrigada,

Cristina
Unknown disse…
@TronBr
Corrigido, pode logar.

@Cris
1 -Wicket não é plug-and-play, é necessário alguns ajustes, segue abaixo alguns tutoriais de como fazer;
http://www.danwalmsley.com/2009/04/08/apache-wicket-on-google-app-engine-for-java/
http://stronglytypedblog.blogspot.com/2009/04/wicket-on-google-app-engine.html
http://hiroshi-koizumi.appspot.com/google-app-engine/wicket.jsp

2 - Não completamente. Não é uma limitação do Datanucleus em si, e sim do BigTable e da API de JPA disponibilizada para ele. porém há algumas limitações sim:
http://code.google.com/appengine/docs/java/datastore/usingjpa.html

3 - É necessário se você estiver desenvolvendo sem o plugin do GAE para o Eclipse, o plugin já adiciona as libs do dataucleus em todo projeto que você criar.

Abraço,
Roberto disse…
Olá Rafael,
Desculpe mas não estou conseguindo fazer o download do projeto.
Ao clicar no link sou encaminhado para http://code.google.com/p/yaw2gae/ como devo proceder a partir de então.
Desde já agradeço,
robertoafl@hotmail.com
Gostaria de saber se caso eu implementar o upload e outras API's do google eu poderei em um outro momento quando tirar a app de la e colocar em um outro servidor usar as mesmas API's ou vou ter que refatorar o código?
Unknown disse…
Pra que quiser começar tem um artigo interessante nesse blog
http://googleengineapp.blogspot.com/2010/05/introducao-ao-google-engine-app.html
Mateus disse…
Olá Rafael, nao estou conseguindo logar com o usuário e senha indicado no post. Você poderia me passar um usuário e senha correto?

Obrigado

Mateus Flávio

Postagens mais visitadas deste blog

10 reasons why we love JSF

1. One-slide technology: it's so simple that I can explain basic JSF with one slide. 2. Easy to extend: components, listeners, render kit, Events, Controller, etc. 3. Real-world adoption: JBoss, Exadel, Oracle, IBM, ... 4. Architecture model: you can choose between more than 100 different architecture. 5. Open-mind community: using JSF you are going to meet very interesting people. 6. We are using JSF the last 5 years and we found very good market for JSF in Brazil 7. Progress: look to JSf 1.1 to JSF 1.2, JSF 1.2 to JSF 2.0. People are working really hard! 8. Many professionals now available 9. It's a standard. It's JCP. Before complain, report and help! 10. Ed Burns, spec leader, is an old Globalcode community friend! EXTRA: My wife is specialist in JSF. She's my F1 for JSF :) Nice job JSF community! -Vinicius Senger

O que é Lógica de programação?

Este é o segundo de uma série de posts voltados aos leitores do blog que estão dando início à carreira de desenvolvimento de software. O assunto de hoje é a lógica de programação. Para ler antes: Entendendo como funciona a programação de computadores: linguagens de programação, lógica, banco de dados A lógica de programação é um pré-requisito para quem quer se tornar um desenvolvedor de software, independente da linguagem de programação que se pretende utilizar. Mas o que é de fato a Lógica de Programação e como saber se eu tenho esse pré-requisito? A lógica de programação nada mais é do que a organização coerente das instruções do programa para que seu objetivo seja alcançado. Para criar essa organização, instruções simples do programa, como mudar o valor de uma variável ou desenhar uma imagem na tela do computador, são interconectadas a estruturas lógicas que guiam o fluxo da execução do programa. Isso é muito próximo ao que usamos em nosso cotidiano para realizar atividad...

Devo fazer um curso ou ler um livro?

Acredito que todos os instrutores ou professores, independentemente da área, escola ou centro de treinamento, já devam ter recebido essa pergunta alguma vez na vida: devo fazer um curso ou ler um livro? Para responder a essa pergunta, precisamos avaliar os prós e contras de cada opção. Trabalho com treinamento há algum tempo e, hoje, recebi essa pergunta de um aluno. Não adianta responder a ou b sem argumentar, demonstrando as opções conforme a situação do aluno. O conteúdo, a forma de transmissão e a capacidade de assimilação do indivíduo são chaves para haver benefício maior de aprendizado. Tanto em um bom curso quanto em um bom livro, o conteúdo é a premissa básica . Por conteúdo entendemos: se está organizado; se respeita pré-requisitos; se promove o aprendizado guiado e incremental; se aborda de forma satisfatória os principais pontos; se tem bom balanço entre teoria, exemplos e prática (favorecendo exemplos e prática); se tem como premissa a acessibilidade possível (e cabível) pa...

D.B.C.D. - Desenvolvimento baseado na "Caverna do Dragão"

Depois de muito tempo sem assistir este épico desenho, acabei topando com ele novamente enquanto esperava minhas crianças acordarem (é sério mesmo!). Assisti por 60 segundos e logo peguei meu laptop pois acabava de ter o meu último insigth do ano: você já imaginou ensinar desenvolvimento de software para aqueles personagens? Teríamos uma equipe PERFEITA, pense bem: - Bob: o jovem valente com um tacape aparentemente podereso, mas poucas vezes ajuda efetivamente. É o programador Ruby on Rails. - Daiana: teríamos aquela jovem com bastão mágico que pode dar longos pulos. Casa perfeitamente com metodologias ágeis e Sprint. - Erick: o bundão com aquele escudo. É o cara da auditoria PMI com pós em CMM. Sabe tudo de logs é expert em TXT. - Sheila: a fulana que tem a capa que pode sumir. Bem, essa nem precisa de explicação. Muitos programadores sofrem de síndrome de Sheila. - Presto: é o mágico que em situações extremas tenta tirar algo do chapéu, mas nunca funciona. Basicamente é...

Como anda o Java ?

O trabalho com tecnologia tem um dinamismo tão grande e por isto uma constante necessidade de se manter atualizado, acompanhar as tendências, tentar prever as tecnologias que vão fazer sucesso no futuro na tentativa de se manter na vanguarda... e isto acaba gerando uma certa ansiedade nos desenvolvedores e profissionais de TI de forma geral!  Então, muita gente sempre nos pergunta: Mas, afinal de contas...como anda o Java ? A única resposta precisa que posso dar a vocês é a resposta do livro Guia do Mochileiro das Galaxias, ou seja: 42. Mas, como acabamos de voltar do maior e mais antigo evento de desenvolvedores Java, criado pela Sun Microsystems, o JavaOne com vários amigos que participam conosco desde 2001 e alguns que participam desde antes disto... eu vou compartilhar um pouco a minha visão e o que sinto na comunidade, na plataforma e no mercado. 1) A comunidade A comunidade é incrível, vibrante e os Null Pointer arrasaram nas duas apresentações! Tanto...

NIO.2 do Java 7: uma nova API do Java para file system

Uma das novidades mais importantes e aguardadas do Java 7 foi a NIO.2, a nova API para a manipulação I/O com Java. A NIO.2, também conhecida como JSR 203 , disponibiliza um conjunto de novos componentes, projetados para melhorar caracterísiticas de I/O com Java como por exemplo: uma nova API para o acesso e manipulação de conteúdo do file system (sistema de arquivos); outra API para operações assíncronas com I/O; e a atualização da API para comunicação via sockets ( channel sockets ).   O Java, antes da versão 7, tratava a manipulação do sistema de arquivos de forma primitiva. O programador tinha de trabalhar com a classe File para representar arquivos e/ou diretórios, com um número escasso de funcionalidades. Uma operação simples como copiar um arquivo demandava um código relativamente grande. Outras funcionalidades triviais, como por exemplo o uso de links simbólicos, não eram suportadas. Esses são alguns dos motivos para justificar o uso de bibliotecas terceiras...