A inovação tecnológica molda as novas soluções de mercado e, embora algumas delas já tenham caído nas graças do público, como o machine learning, há outro conceito mais abrangente: o Open Banking.
Teremos a primeira Trilha de Open Banking no The Developer's Conference e criamos este artigo, com a revisão e colaboração do Flávio Pimenta, um dos coordenadores membro do comitê técnico do TDC e da trilha Open Banking, para te contar porque o tema é tão importante e vale a pena se envolver agora!
Essa abordagem descreve como os bancos permitem que provedores financeiros regulamentados acessem, usem e compartilhem os dados bancários dos clientes. Porém, tudo é feito apenas com o consentimento do usuário.
Assim que a permissão é concedida, esses provedores de serviços regulamentados poderão agregar as informações que precisam, analisar e começar a criar um perfil de consumidor qualificado.
Hoje, os dados financeiros pessoais são digitais e os consumidores podem acessar, gerenciar e interagir com suas finanças em qualquer lugar, na palma das suas mãos. E, o objetivo do Open Banking é elevar a experiência de finanças pessoais dos clientes.
Embora ver o saldo da sua conta e transferir dinheiro de imediato sejam grandes feitos, eles são apenas a base do que esse conceito pode fazer.
Outros recursos de finanças pessoais oferecidos pelo Open Banking são:
dicas de orçamento;
recursos de comparação de preços;
aconselhamento personalizado sobre os melhores investimentos.
Dessa forma, as finanças passam de reativas a proativas, já que agora você tem um parceiro em segundo plano, analisando dados constantemente e sugerindo o melhor curso de ação considerando o bem-estar financeiro dos seus negócios.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura e conheça os pilares do Open Banking, seu impacto e relação com os desenvolvedores.
Pilares do Open Banking
O Open Banking inclui três pilares principais, que devem ser seguidos de perto de modo que todos os envolvidos nesse ecossistema possam se beneficiar.
Embora todos sejam fundamentais para desenvolver disciplina nos negócios, cada país pode optar por prestar atenção a alguns deles visando uma implementação eficiente.
tech: uso de tecnologia de ponta com mecanismos seguros para proteger informações financeiras;
análise de dados: as informações são esmiuçadas para oferecer a melhor experiência aos usuários e clientes;
comportamento: o Open Banking é resultado das mudanças tecnológicas, regulatórias e, principalmente, do comportamento do cliente.
Entenda os impactos dessa tendência para o mercado
A consultoria McKinsey estima que de 75 a 80% das operações transacionais (operações contábeis gerais e processamento de pagamentos) e até 40% de atividades estratégicas (relatórios, tesouraria, planejamento e análise financeira) podem ser automatizadas.
A equipe de operações terá um conjunto variado de tarefas, portanto, precisará de habilidades diferentes.
Em vez de processar transações ou compilar dados, eles usarão a tecnologia para aconselhar os clientes sobre as melhores opções financeiras e produtos, além de realizar resolução criativa de problemas e desenvolver produtos e serviços que visam melhorar a experiência do usuário.
Os bancos, em outras palavras, vão se parecer empresas de tecnologia.
Customer Centric e Customer Experience
O Open Banking está, rapidamente, se tornando sinônimo de banco centrado no cliente. A prática permite que provedores de serviços financeiros terceirizados tenham acesso aberto aos dados, transações e histórico bancário dos usuários do banco.
Essas informações são compartilhadas com uso de APIs, que conectam bancos a serviços financeiros não bancários.
A ligação entre Open Banking, Customer Centric e Customer Experience é a flexibilidade. Quando se sabe mais sobre as preferências do cliente, históricos de pagamento e necessidades gerais, os serviços financeiros podem ser adaptados às suas necessidades.
Relacionamentos fortes podem ser formados. Além disso, é uma oportunidade dos bancos recuperarem a confiança e o respeito que, normalmente, são desgastados devido à:
taxas injustas;
violações de dados;
produtos sem brilho;
experiências de alto atrito.
Economia de APIs
A economia da API representa novos fluxos de receita emergentes devido à maior integração e conectividade entre pessoas, lugares, aplicativos, fluxos de dados e algoritmos.
Essencialmente, é o negócio de produzir valor ao compartilhar suas informações e elementos de interface com outras empresas, ou consumir seus serviços.
Ao trazer especificações padronizadas às APIs no Open Banking, o Banco Central proporciona que as instituições falem a mesma língua. Assim, o desenvolvimento das integrações ao redor desse ecossistema se torna mais rápido e fácil para os desenvolvedores.
Agora, a partir da implementação das APIs, as áreas de negócio conseguem vislumbrar as estratégias para competir nessa nova vertente de mercado que se apresenta.
Superapps
Uma das revoluções que esse tipo de negócio apresenta são os serviços financeiros. O WhatsApp, por exemplo, permite aos seus clientes enviarem e receberem dinheiro.
Em relação ao setor bancário, um relatório da consultoria KPMG aponta que, enquanto as instituições financeiras realizam atividades regulamentadas, esses superapps mantêm a experiência e o relacionamento com o cliente.
A consultoria recomenda que os bancos arrisquem nos mercados em que não há superapps que liderem esses serviços, e abram sua arquitetura programática pelo Open Banking e APIs para criar seus próprios superapps de serviços financeiros.
Usabilidade, personalização e inovação
À medida que mais opções de migração estão disponíveis aos clientes, as instituições precisam investir em soluções simples, intuitivas e de excelente usabilidade para atrair um público maior. Essa plataforma deve proporcionar simplicidade e agilidade nas transações.
Da mesma forma, o banco precisa compreender o cliente com intuito de apoiá-lo individualmente e oferecer uma experiência personalizada.
Por fim, a inovação permite que as instituições financeiras evoluam com as soluções que estão usando e acelerem a criação de serviços ainda melhores.
Relação Open Banking x desenvolvedores
O objetivo do Open Banking é resolver os desafios que antes eram ineficientes ou não foram tratados. Por isso, é um instrumento ideal de modo a construir uma variedade de serviços inovadores adaptados a vários negócios, incluindo:
auditoria;
e-commerce;
contabilidade;
gestão financeira.
Combinado a plataformas móveis, o Open Banking oferece acesso seguro e rápido a serviços financeiros em qualquer lugar e no formato mais confortável para o usuário.
Os desenvolvedores precisam se envolver com essa tendência e acompanhar sobre o assunto com objetivo de potencializar os resultados das suas ações.
Afinal, o papel do desenvolvedor é significativo para empresas que trabalham com esse modelo de negócio.
Se você gostou de saber mais sobre esse conceito e quer se aprofundar no assunto, acompanhe a trilha Open Banking no TDC CONNECTIONS para dar um salto em sua carreira!
O futuro é Open!
Como desdobramento do Open Banking temos o projeto Open Finance, que envolve mais serviços que terão seus dados compartilhados, como no caso dos investimentos. E, seguindo esta onda, a SUSEP se adiantou e trouxe a proposta do Open Insurance para a área de seguros, que também está a todo vapor.
Open Health e Open Education já estão sendo fomentados e, em breve, chegarão acelerando a competição nesses setores.
Além desses, quais serão as próximas iniciativas “Open”?
Fica aqui nosso convite para participar da 1.ª Trilha Open Banking do TDC Connections, que acontecerá no dia 24 de março. Saiba mais e inscreva-se!
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