Acredito que todos os instrutores ou professores, independentemente da área, escola ou centro de treinamento, já devam ter recebido essa pergunta alguma vez na vida: devo fazer um curso ou ler um livro? Para responder a essa pergunta, precisamos avaliar os prós e contras de cada opção.
Trabalho com treinamento há algum tempo e, hoje, recebi essa pergunta de um aluno. Não adianta responder a ou b sem argumentar, demonstrando as opções conforme a situação do aluno.
O conteúdo, a forma de transmissão e a capacidade de assimilação do indivíduo são chaves para haver benefício maior de aprendizado.
Tanto em um bom curso quanto em um bom livro, o conteúdo é a premissa básica. Por conteúdo entendemos:
Já um curso conta com apostila, — que realiza o papel de livro, porém normalmente com maior efetividade por direcionar o conteúdo de forma mais prática — instrutor especialista e ambiente de aprendizado preparado para fornecer uma experiência de ensino extrapola o livro em vários sentidos.
O ambiente de aprendizado é composto por ferramentas a serem usadas pelo estudante, como computador e softwares configurados, no caso de cursos de tecnologia. Existem outras ferramentas como quadro branco, projetor ou slide, porém são instrumentos do instrutor e totalmente dependentes das habilidades dele.
O instrutor é um facilitador de ensino com a capacidade de transmitir o conhecimento de forma acessível, além da habilidade de traduzir o difícil para fácil e dominar o assunto em questão. Vai além. Assim, um profissional qualificado:
A pergunta é: você é autodidata suficiente em um assunto? Ou tem alguma experiência prévia em tecnologia? Se as respostas foram sim, o livro pode ser uma alternativa ao curso. Caso contrário, o curso é o caminho. E, sempre será o caminho mais seguro, sem dúvidas.
Trabalho com treinamento há algum tempo e, hoje, recebi essa pergunta de um aluno. Não adianta responder a ou b sem argumentar, demonstrando as opções conforme a situação do aluno.
O conteúdo, a forma de transmissão e a capacidade de assimilação do indivíduo são chaves para haver benefício maior de aprendizado.
Tanto em um bom curso quanto em um bom livro, o conteúdo é a premissa básica. Por conteúdo entendemos:
- se está organizado;
- se respeita pré-requisitos;
- se promove o aprendizado guiado e incremental;
- se aborda de forma satisfatória os principais pontos;
- se tem bom balanço entre teoria, exemplos e prática (favorecendo exemplos e prática);
- se tem como premissa a acessibilidade possível (e cabível) para haver a cognição esperada em cada assunto abordado.
Já um curso conta com apostila, — que realiza o papel de livro, porém normalmente com maior efetividade por direcionar o conteúdo de forma mais prática — instrutor especialista e ambiente de aprendizado preparado para fornecer uma experiência de ensino extrapola o livro em vários sentidos.
O ambiente de aprendizado é composto por ferramentas a serem usadas pelo estudante, como computador e softwares configurados, no caso de cursos de tecnologia. Existem outras ferramentas como quadro branco, projetor ou slide, porém são instrumentos do instrutor e totalmente dependentes das habilidades dele.
O instrutor é um facilitador de ensino com a capacidade de transmitir o conhecimento de forma acessível, além da habilidade de traduzir o difícil para fácil e dominar o assunto em questão. Vai além. Assim, um profissional qualificado:
- fornece opinião sobre formas de uso do conhecimento e casos reais de aplicabilidade;
- mostra experiência em assuntos relacionados;
- ajuda individualmente alunos com dificuldades pontuais, inclusive extra classe;
- provê diversos cursos relacionados ou para continuidade, literatura adicional, fóruns, listas de discussão, quais são os sites mais indicados para estender o conhecimento além do curso;
- auxilia o processo de assimilação de conteúdo do aluno, realizando paralelos, demonstrando com mais exemplos, falando de forma acessível e direta, usando o quadro para desenhar esquemas, figuras, demonstrar código;
- apresenta exemplos construídos para determinada situação usando projetor;
- sabe conduzir a turma de forma que a aula seja algo prazeroso, vibrante, e não um encontro tedioso, sonolento e chato;
- encoraja o aluno a tentar alternativas sobre os exemplos;
- estimula a participação do aluno e o entrosamento com os demais;
- é uma referência que permanece mesmo após o final do curso.
A pergunta é: você é autodidata suficiente em um assunto? Ou tem alguma experiência prévia em tecnologia? Se as respostas foram sim, o livro pode ser uma alternativa ao curso. Caso contrário, o curso é o caminho. E, sempre será o caminho mais seguro, sem dúvidas.
Existe outro fator: custo. Porém, eu gosto de chamar, nesse caso, de retorno de investimento. O livro, normalmente, é mais barato que um curso. Se não for, desconfie do curso, pois um bom curso tem custos (instrutor, ambiente, material, etc.) que não podem e não devem ser comparados de forma injusta com os custos de processo de fabricação em série de livros.
Além de você receber o conteúdo para facilitar ao máximo o aprendizado, o curso focará e acelerar mais seu conhecimento e sua ida ao mercado. Um curso inclusive fornece certificado de conclusão, que pode e deve ser utilizado em seu currículo.
Martin Fowler fala em seu blog a respeito do seu novo livro de DSL, que virá em formato DuplexBook. Um livro em formato tutorial e outro em formato referência. Ele também comenta que um bom livro tutorial deve ter em torno de 200 páginas. Já o livro de referência deve ser um índice com todos os assuntos, detalhando cada um deles em seção específica.
O formato “livro de referência” realiza bom papel por aprofundar tópico a tópico, fornecendo todas as possibilidades de comando ou de determinada configuração. Um curso de OO/UML + livro de referência no assunto, por exemplo, é um combo ideal.
Outros fatores que influenciam no processo é a dedicação do aluno em estudar e sua capacidade cognitiva. Não quero me aprofundar nesses tópicos que, apesar de relacionados e importantes, devem estar presentes, independentemente da estratégia de aprendizagem.
Como vimos, os livros e cursos têm suas vantagens e, quando usados em conjunto melhoram o aprendizado. Ou seja, o livro usado como referência é um complemento ideal para um curso.
Então, gostaria de discutir algum ponto referente ao assunto? Deixe seu comentário!
Faça do seu aprendizado algo consistente e contínuo, sua carreira agradece! Para isso, acompanhe as redes sociais da The Developer's Conference e fique por dentro das novidades do setor de tecnologia: Twitter, Facebook, LinkedIn e Instagram.
— -
Sobre o autor: Julio Viegas, Instrutor Java Globalcode e Arquiteto de Software e Sistemas no SPC Brasil, possui mais de 10 anos de experiência em na área de tecnologia como instrutor (ministra aulas de Java desde 2001), arquiteto, consultor e desenvolvedor de sistemas de software. Colaborador ativo no RSJUG e outras comunidades. Joga videogame e constrói bugigangas eletrônicas em seu tempo livre. Certificações SCJP 5, SCJA 1, SCEA 1 e 5, SCDJWS 1.4 e 5, SCWCD 1.4, SCBCD 5, Sun Certified Trainer. Mais em meu site pessoal.
Agradeço ao colega Fabrício Cazzaniga do SPC Brasil, que teve a paciência de ler e revisar esse post, corrigindo erros de português. Os que já me conhecem sabem que eu sou como Lobato, odeio acentos!
Além de você receber o conteúdo para facilitar ao máximo o aprendizado, o curso focará e acelerar mais seu conhecimento e sua ida ao mercado. Um curso inclusive fornece certificado de conclusão, que pode e deve ser utilizado em seu currículo.
Martin Fowler fala em seu blog a respeito do seu novo livro de DSL, que virá em formato DuplexBook. Um livro em formato tutorial e outro em formato referência. Ele também comenta que um bom livro tutorial deve ter em torno de 200 páginas. Já o livro de referência deve ser um índice com todos os assuntos, detalhando cada um deles em seção específica.
O formato “livro de referência” realiza bom papel por aprofundar tópico a tópico, fornecendo todas as possibilidades de comando ou de determinada configuração. Um curso de OO/UML + livro de referência no assunto, por exemplo, é um combo ideal.
Outros fatores que influenciam no processo é a dedicação do aluno em estudar e sua capacidade cognitiva. Não quero me aprofundar nesses tópicos que, apesar de relacionados e importantes, devem estar presentes, independentemente da estratégia de aprendizagem.
Como vimos, os livros e cursos têm suas vantagens e, quando usados em conjunto melhoram o aprendizado. Ou seja, o livro usado como referência é um complemento ideal para um curso.
Então, gostaria de discutir algum ponto referente ao assunto? Deixe seu comentário!
Faça do seu aprendizado algo consistente e contínuo, sua carreira agradece! Para isso, acompanhe as redes sociais da The Developer's Conference e fique por dentro das novidades do setor de tecnologia: Twitter, Facebook, LinkedIn e Instagram.
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Sobre o autor: Julio Viegas, Instrutor Java Globalcode e Arquiteto de Software e Sistemas no SPC Brasil, possui mais de 10 anos de experiência em na área de tecnologia como instrutor (ministra aulas de Java desde 2001), arquiteto, consultor e desenvolvedor de sistemas de software. Colaborador ativo no RSJUG e outras comunidades. Joga videogame e constrói bugigangas eletrônicas em seu tempo livre. Certificações SCJP 5, SCJA 1, SCEA 1 e 5, SCDJWS 1.4 e 5, SCWCD 1.4, SCBCD 5, Sun Certified Trainer. Mais em meu site pessoal.
Agradeço ao colega Fabrício Cazzaniga do SPC Brasil, que teve a paciência de ler e revisar esse post, corrigindo erros de português. Os que já me conhecem sabem que eu sou como Lobato, odeio acentos!
Comentários
parabéns pelo seu texto. Suas opiniões foram muito bem colocadas.
Concordo completamente com o seu post, sem ressaltar nenhum ponto, falando tanto como aluno como professor!
Espero mais posts de sua autoria.
Lendo seu texto fiquei pensando no que nosso falecido, homenagiado e companheiro de instrutoria da Sun dizia: informação != conhecimento. Em portugues claro: informação é TOTALMENTE diferente de conhecimento.
Transformar o que tem em um livro em conhecimento é arte do leitor, transformar a informação de um método de ensino + apostila em conhecimento também é arte do aluno, só que com a vantagem de ser orientada por alguém que vai encurtar o trajeto, fazer parte da sua comunidade e acrescentar experiências práticas, mostrando sempre que possível, a melhor forma que encontrou para resolver determinado problema. Este é o maior extrato da informação.
Certa vez tivemos aqui na empresa uma discussão e o tma da conversa era justamente esse, alguns que se julgavam autodidatas o suficiente pra trocar um treinamento por um livro, e sem experiencia prévia nenhuma.
Acredito que primeiro um treinamento, depois uma sequência de boas literaturas para aprimorar o que foi visto, este na minha opinião é o melhor caminho.
O seu texto é muito útil para elucidar pessoas que estão com dúvidas em relação a um curso/livro.
Concordo com você em gênero, número e grau. É muito importante termos explanações desse tipo. Apenas acho que essas dúvidas são geradas pelo número de entidades que vendem apenas o certificado. O papel da entidade/instrutor que você mencionou é o fluxo ótimo do processo, mas não o fluxo real.
Parabéns novamente pelo post!
Foi a minha primeira leitura aqui e fiquei muito contente com o seu conteúdo e animado para ler o restante do material publicado.
[]s
Éberson
@Vinicius Com certeza, informação != conhecimento. O fato é que o curso é um mecanismo de transmissão de informação que promove o conhecimento além de uma leitura.
@Matheus Acredito também no autodidata. Porém todo autodidata é alguém mais confiante que o comum, e esse excesso pode tornar-se um perigo. Assumem-se inverdades ou mesmo assimila-se a informação parcialmente, ou ainda acabam por omitir partes importantes. Coisas que não acontecem com o auxílio de alguém com experiência no assunto.
@Eberson Quando você fala de tal fluxo não é o fluxo real, concordo com você. Infelizmente em nosso meio temos muitas histórias de insucesso, não é mesmo? Muitas situações onde a falta de esclarecimento acaba ocasionando grandes problemas. Muitos desses casos acabam inclusive virando lendas, ou piadas... :)
A todos que comentaram até então, meu muito obrigado! ;)
Um dia num passado distante, ajudei a organizar um evento em Floripa com o Bruno Souza, e no final do evento, uma pessoa fez essa mesma pergunta a ele. Se vale a pena fazer um curso. Ele pensou e respondeu:
- Vou vender um livro para você que vira com uma coisa que nenhum outro tem: Tempo para você ler.
Acredito que qualquer pessoa é plenamente capaz de aprender todo o assunto apenas com a literatura existente e os dados que tem na internet. Mas a curva de aprendizado e o tempo a ser colocado nisso é bem maior que o luxo que podemos dar a isso.
Pelo menos, fazendo um curso, terás [em média] 8 horas semanais exclusivas para o seu aprendizado.
Quanto ao hábito de ler um livro, é difícil reservarmos um tempo como você mesmo disse. Eu procuro ler enquanto estou no metrô, por exemplo. Porém, é um exercício que se torna um prazer imenso quando não há mais esforço no fazer. Eu sou um leitor do tipo viciado, estou sempre lendo algo...
Também acredito que todos são capazes de aprender tudo sozinhos. Porém o esforço é muito maior, e acabam desistindo pela desmotivação em função da falta de resultado(conhecimento, nesse caso) dentro de um determinado prazo. Sabemos que sempre é mais fácil com um curso, certo? :)
Obrigado pelo comentário!
Além de todos os fatores já mencionados, uma das coisas importantes no processo de aprendizado guiado, com instrutor ou professor são as "doses de motivação" que o aluno recebe vendo os olhosos do instrutor brilhar, as histórias e muitas vezes certo sucesso do instrutor.
Sem motivação é dificil encontrar tempo na vida corrida para ler, estudar e praticar.
Se você está precisando de destas "doses de motivação", ou quer uma informação direta, com exemplos e teoria apresentada por um bom instrutor, vale muito a pena participar dos minicursos e eventos, gratuitos que oferecemos semanalmente, são DIVERSOS temas super interessantes, sem propaganda, com conteúdo e instrutores excelentes.
Se você olhar os depoimentos de quem participa dos eventos gratuitos, como o OpenTDC que agora está sendo levado a Florianópolis (http://www.thedevelopersconference.com.br/opentdc/2009/floripa/index.seam) pela V.Office, Globalcode e Grupo de Usuários Java de Santa Catarina, vai perceber do que estou falando, quanto vale uma boa dose de motivação num processo de aprendizado ?
Veja algumas fotos e depoimentos:
http://www.thedevelopersconference.com.br/opentdc/2009/sp/index.seam
Não tem motivo para não participar dos minicursos gratuitos... mesmo se você não mora em uma das cidades que tem Unidades Globalcode pode participar dos minicursos gratuitos promovidos pela V.Office via internet!
Um abraço e bons estudos, livros, minicursos e cursos para vocês... e lembrem-se: DESENVOLVEDOR JAVA ESTÁ EM ALTA NO MERCADO, pela Computer World :
http://computerworld.uol.com.br/carreira/2009/07/23/desenvolvedor-java-esta-em-alta-no-mercado/
O papel de um minicurso ou palestra é dar uma visão geral e rápida a respeito de um assunto, abordando os principais pontos. É, sem dúvida, uma forma de ensino que guia e introduz o espectador em um tema. Eu mesmo fui aluno de um minicurso da Globalcode antes de ser instrutor, e posso dar meu testemunho: o Dr. Spock foi muito direto, claro e preciso ao falar sobre Spring na situação. Não houve propaganda no mini-curso, o que me passou uma sensação de integridade por parte da empresa naquele momento. Esses, entre outros, são motivos do meu orgulho de fazer parte desse time, mesmo que esteja começando há pouco tempo.
Um instrutor não é somente responsável pela facilitação de transmissão de conteúdo, eu vejo ele como um profissional experiente que pode argumentar com propriedade sobre determinada tecnologia. Sem religiosidade, apenas com casos concretos e estatística, é possível provar ao invés de evangelizar... Ou melhor: acreditamos tanto no que fazemos e nos resultados, que o entusiasmo acaba sendo confundido com evangelização! :)
Mal posso esperar o próximo TDC! Pelo conteúdo e nomes apresentado nos anteriores, como diria o Vinícius, "vai bombar"! :)
Não quero criar polêmicas mas essa discussão me remete ao velho questionamento de o que veio primeiro, o ovo ou a galinha.
Todo treinamento é fruto de uma confecção organizada e minuciosa sobre um tema específico cuja pesquisa tem como fontes de informações todos os meios de divulgação de conhecimento disponíveis (livros, internet e etc.) decorado com a vivência profissional de seus colaboradores e temperado com a habilidade didática do instrutor. O valor desse conjunto é inquestionável e louvável.
Mas dinâmica atual da tecnologia é voraz (e até de certa forma ingrata). Em muitas ocasiões, o profissional de hoje se depara em situações onde não lhe é permitido o luxo da espera. Isto é comum em áreas de pesquisas ou projetos que envolvam inovação ou tecnologias emergentes. O treinamento formal e profissional é, por questões de viabilidade económica, fundamentado em tecnologias bem estabelecidas e reconhecidas.
Todo profissional que preza pela sua carreira tem sempre que levar seriamente em consideração o seu aprimoramento utilizando-se de todos os tipos de recursos disponíveis.
Independente de qualquer forma, mantenho na mente uma frase de um velho amigo que costuma dizer que se ao menos um único parágrafo de um livro lhe trazer qualquer enriquecimento, esse investimento já o recompensou.
Excelentes observações! Todo conhecimento útil é importante, independente como foi adquirido, sem dúvida!
O dinamismo e experiência do professor combinados com a teoria dos livros acrescentam muito para o desenvolvimento do aprendizado.
Estudo através de livros e revistas, por não encontrar cursos em horários compatíveis. Tenho aprendido bastante mas sempre fico em dúvida se estou no caminho certo, por que nem sempre o mercado exige o que está nos livros, e o professor 'supre' essa necessidade compartilhando sua experiência.