Durante o segundo semestre de 2009 tomei conhecimento a respeito da iniciativa de produtividade da Springsource conhecida como Spring Roo. Posteriormente, tive um contato muito convincente com essa ferramenta durante a passagem de Rod Johnson no Brasil no evento TDC 2009.
Atualmente utilizo essa ferramenta em um projeto, e espero compartilhar algumas experiências no Casual Class de Spring, dia 26 fev 2010. Este evento marcará o lançamento do Spring Brasil User Group.
O que é Spring Roo ?
- Roo é uma ferramenta Open Source de produtividade Java, baseada em
- uma plataforma modularizável capaz de evoluir através de add-ons
- um terminal de comandos, chamado Roo Shel.
- Sem dúvida o principal atrativo de produtividade do Roo é a geração de código. Justamente por utilizar uma plataforma modularizável não podemos dizer que o Roo é apenas um gerador de código, e entendo que muitas etapas do ciclo de vida de um projeto Java poderão se beneficiar dessa ferramenta. Por exemplo, Roo já oferece suporte para automação de testes.
- Roo representa uma evolução em relação a outros geradores de código, ao suportar desenvolvimento interativo, onde o código gerado (camadas web, persistência e testes) não é definitivo. Em outras palavras, através do Roo, o código gerado evolui automaticamente, junto com o modelo de entidades.
- A distribuição atual do Roo (1.0.1):
- fornece geradores de código para aplicações web baseadas em Spring MVC 3.0, AspectJ e nos padrões Bean Validation e JPA
- fornece geradores de testes JUnit e Selenium
- é baseada no Apache Maven
- Além do terminal de comandos (Roo Shell) há o suporte no IDE SpringSoruce Tools Suite (STS), onde encontramos um Roo Shell embutido.
- Outro destaque é o grau de dependência introduzido: mínimo. Um projeto iniciado com o Roo não precisa utilizá-lo eternamente, sendo razoavelmente simples continuar o projeto desenvolvendo "na mão", sem utilizar o Roo Shell.
O que não é Spring Roo:
- Roo não é um framework: um projeto criado em Roo não necessita de nenhuma biblioteca Roo em tempo de execução. Sim, existem annotations @Roo, entretanto estas possuem retenção no código fonte, e servem para orientar o gerador de código do Roo e o AspectJ.
- Roo não determina uma arquitetura para seus projetos: como foi dito a distribuição atual gera aplicações Spring MVC / JPA, mas não tardatá surgir add-ons para outras arquiteturas (a Springsource tem demonstrado um interesse muito grande em add-ons para GWT).
- Roo não é a salvação para desastres iminentes em projetos, onde pelo menos dois dos seguintes fatores estão presentes: requisitos mal especificados / cronogramas e orçamentos surreais / equipes de desenvolvimento inexperientes. Suspeito que, nesses casos a salvação não se encontrá em uma ferramenta, em um framework ou em promessa alguma de mágica tecnológica.
Gostinho de Produtividade
No vídeo abaixo, Massimiliano Dessi (Spring Framework Italian Group) demonstra a construção de um projeto com o Roo Shell.
Notem que o vídeo utiliza uma versão antiga (Milestone 2) do Roo, e a versão atual (Release) possui vários comandos simplificados, como veremos a seguir.
- Apache Tomcat 6
- Apache Maven 2.0.9 ou superior
- http://maven.apache.org/index.html
- http://docs.codehaus.org/display/MAVENUSER/Getting+Started+with+Maven
- instale o Roo 1.0.x com Roo Shell (terminal de comandos)
- download em http://www.springsource.com/download/community?project=Spring%20Roo
- descompacte o zip em um diretório de sua preferência
- crie uma variável de ambiente ROO_HOME, apontando para o diretório de instalação
- ajuste sua variável de ambiente PATH, acrescentando o caminho ROO_HOME/bin
Criando um projeto via terminal de comandos
Como exemplo criaremos um cadastro de bookmarks. Na primeira execução do Roo o Maven será acionado para fazer diversos downloads de bibliotecas - uns 10 minutos de paciência.
- crie um diretório (ex: roo_teste1) posicione-se (cd roo_teste1)
- inicie o Roo Shell (aqui começa a diversão), digitando roo.sh ou roo.bat
Dois comandos iniciais no Roo Shell: help e hint. O comando help exibe todos os comandos disponíveis no shell. Já comando hint fornece uma ajuda contextualizada, sugerindo o que você pode fazer em determinado estágio do seu projeto.
Não deixe de utilizar autocomplete do Roo Shell, que é ativado com a tecla TAB no terminal de comandos (ou com CTRL+SPACE no STS).
Digite no Roo Shell os seguintes comandos (em negrito).
Para criar o projeto e definir a esturura de pacotes principal:
project --topLevelPackage globalcoders.bookmarks
Para definir a camada de persistência:
persistence setup --database HYPERSONIC_IN_MEMORY --provider HIBERNATE
Para definir uma classe de entidade, para as categorias de bookmarks (o símbolo ~ significa o pacote top level)
entity --class ~.model.Categoria
Para definir um campo ná última entidade:
field string --fieldName nome
Mais uma entidade, para os bookmarks:
entity --class ~.model.Bookmark
Campos, com restrições e relacionamentos:
field string --fieldName url --sizeMin 5 --sizeMax 200 --notNull
field reference --fieldName categoria --type ~.model.Categoria
field date --fieldName dataCadastro --type java.util.DatePara gerar a camada web, com controllers Spring MVC e views .jspx e Tiles:
controller all --package ~.web
Para compilar e gerar um .war (via Maven):
perform package
Para adaptar o projeto para o Eclipse:
perform eclipse
Para fechar o Roo Shell:
quit
Vamos executar a aplicação, colocando o Tomcat no ar e fazendo o deployment via Maven.
No terminal de comandos, com o Roo Shell fechado (quit), execute:
mvn tomcat:run
No browser de sua preferência: http://localhost:8080/bookmarks
Onde estão os métodos das Entidades e Controllers ?
Você pode conferir o código gerado na pasta src/main do seu projeto.
Ao inspecionar os arquivos Categoria.java e Bookmark.java verificamos que não existem métodos get/set ou toString().
E inspecionando os contollers CategoriaController.java e BookmarkController.java não encontramos métodos.
As implementações de tais métodos ocorrem através de um mecanismo suportado em AspectJ chamado Inter-type declarations (ITD). Ao navegar nos diretórios onde se encontram os arquivos .java das entidades e controllers encontraremos arquivos com a extensão .aj que implementam os métodos em questão.
Uma dica importante: os ITDs são gerados automaticamente pelo Roo e não devem ser editados. É possível editar os arquivos .java - no vídeo do Massimiliano o método toString de uma das classes foi redefinido em um arquivo .java.
Outra dica: utilizar a IDE (baseada no Eclipse) Springsource Tool Suite 2.3.0 ou superior pois suporta AspectJ, e consequentemente os ITDs.
Sugestões para experiências adicionais
- Edite diretamente o arquivo Bookmark.java, adicionando um atributo String descricao com annotations @Size e @NotNull (da especificação Bean Validation, JSR 303). Execute o Roo Shell novamente e observe as mensagens geradas. Saia do Roo Shell, e execute o tomcat (mvn tomcat:run) e via browser verifique o que mudou no formulário de criação de Bookmarks.
- Em Categoria.java defina um método toString ao seu gosto e remova a annotation @RooToString. Que mensagem surge no Roo Shell após salvar este arquivo código fonte ? Execute novamente o tomcat e verifique o combo box de Categorias no formulário de Bookmarks;
- No Roo Shell digite finder list --class ~.model.Bookmark. Ainda no Roo Shell digite finder add findBookmarksByDataCadastroLessThan. Execute o tomcat e veja o que mudou no menu da aplicação.
- Não perca o Casual Class da Globalcode
- Acompanhe meu blog
Renato Bellia
http://twitter.com/renatobellia
http://notasingleshot.blogspot.com
Atualmente utilizo essa ferramenta em um projeto, e espero compartilhar algumas experiências no Casual Class de Spring, dia 26 fev 2010. Este evento marcará o lançamento do Spring Brasil User Group.
O que é Spring Roo ?
- Roo é uma ferramenta Open Source de produtividade Java, baseada em
- uma plataforma modularizável capaz de evoluir através de add-ons
- um terminal de comandos, chamado Roo Shel.
- Sem dúvida o principal atrativo de produtividade do Roo é a geração de código. Justamente por utilizar uma plataforma modularizável não podemos dizer que o Roo é apenas um gerador de código, e entendo que muitas etapas do ciclo de vida de um projeto Java poderão se beneficiar dessa ferramenta. Por exemplo, Roo já oferece suporte para automação de testes.
- Roo representa uma evolução em relação a outros geradores de código, ao suportar desenvolvimento interativo, onde o código gerado (camadas web, persistência e testes) não é definitivo. Em outras palavras, através do Roo, o código gerado evolui automaticamente, junto com o modelo de entidades.
- A distribuição atual do Roo (1.0.1):
- fornece geradores de código para aplicações web baseadas em Spring MVC 3.0, AspectJ e nos padrões Bean Validation e JPA
- fornece geradores de testes JUnit e Selenium
- é baseada no Apache Maven
- Além do terminal de comandos (Roo Shell) há o suporte no IDE SpringSoruce Tools Suite (STS), onde encontramos um Roo Shell embutido.
- Outro destaque é o grau de dependência introduzido: mínimo. Um projeto iniciado com o Roo não precisa utilizá-lo eternamente, sendo razoavelmente simples continuar o projeto desenvolvendo "na mão", sem utilizar o Roo Shell.
O que não é Spring Roo:
- Roo não é um framework: um projeto criado em Roo não necessita de nenhuma biblioteca Roo em tempo de execução. Sim, existem annotations @Roo, entretanto estas possuem retenção no código fonte, e servem para orientar o gerador de código do Roo e o AspectJ.
- Roo não determina uma arquitetura para seus projetos: como foi dito a distribuição atual gera aplicações Spring MVC / JPA, mas não tardatá surgir add-ons para outras arquiteturas (a Springsource tem demonstrado um interesse muito grande em add-ons para GWT).
- Roo não é a salvação para desastres iminentes em projetos, onde pelo menos dois dos seguintes fatores estão presentes: requisitos mal especificados / cronogramas e orçamentos surreais / equipes de desenvolvimento inexperientes. Suspeito que, nesses casos a salvação não se encontrá em uma ferramenta, em um framework ou em promessa alguma de mágica tecnológica.
Gostinho de Produtividade
No vídeo abaixo, Massimiliano Dessi (Spring Framework Italian Group) demonstra a construção de um projeto com o Roo Shell.
Notem que o vídeo utiliza uma versão antiga (Milestone 2) do Roo, e a versão atual (Release) possui vários comandos simplificados, como veremos a seguir.
Preparando seu Hello World
- JDK 6- Apache Tomcat 6
- Apache Maven 2.0.9 ou superior
- http://maven.apache.org/index.html
- http://docs.codehaus.org/display/MAVENUSER/Getting+Started+with+Maven
- instale o Roo 1.0.x com Roo Shell (terminal de comandos)
- download em http://www.springsource.com/download/community?project=Spring%20Roo
- descompacte o zip em um diretório de sua preferência
- crie uma variável de ambiente ROO_HOME, apontando para o diretório de instalação
- ajuste sua variável de ambiente PATH, acrescentando o caminho ROO_HOME/bin
Criando um projeto via terminal de comandos
Como exemplo criaremos um cadastro de bookmarks. Na primeira execução do Roo o Maven será acionado para fazer diversos downloads de bibliotecas - uns 10 minutos de paciência.
- crie um diretório (ex: roo_teste1) posicione-se (cd roo_teste1)
- inicie o Roo Shell (aqui começa a diversão), digitando roo.sh ou roo.bat
Dois comandos iniciais no Roo Shell: help e hint. O comando help exibe todos os comandos disponíveis no shell. Já comando hint fornece uma ajuda contextualizada, sugerindo o que você pode fazer em determinado estágio do seu projeto.
Não deixe de utilizar autocomplete do Roo Shell, que é ativado com a tecla TAB no terminal de comandos (ou com CTRL+SPACE no STS).
Digite no Roo Shell os seguintes comandos (em negrito).
Para criar o projeto e definir a esturura de pacotes principal:
project --topLevelPackage globalcoders.bookmarks
Para definir a camada de persistência:
persistence setup --database HYPERSONIC_IN_MEMORY --provider HIBERNATE
Para definir uma classe de entidade, para as categorias de bookmarks (o símbolo ~ significa o pacote top level)
entity --class ~.model.Categoria
Para definir um campo ná última entidade:
field string --fieldName nome
Mais uma entidade, para os bookmarks:
entity --class ~.model.Bookmark
Campos, com restrições e relacionamentos:
field string --fieldName url --sizeMin 5 --sizeMax 200 --notNull
field reference --fieldName categoria --type ~.model.Categoria
field date --fieldName dataCadastro --type java.util.DatePara gerar a camada web, com controllers Spring MVC e views .jspx e Tiles:
controller all --package ~.web
Para compilar e gerar um .war (via Maven):
perform package
Para adaptar o projeto para o Eclipse:
perform eclipse
Para fechar o Roo Shell:
quit
Vamos executar a aplicação, colocando o Tomcat no ar e fazendo o deployment via Maven.
No terminal de comandos, com o Roo Shell fechado (quit), execute:
mvn tomcat:run
No browser de sua preferência: http://localhost:8080/bookmarks
Onde estão os métodos das Entidades e Controllers ?
Você pode conferir o código gerado na pasta src/main do seu projeto.
Ao inspecionar os arquivos Categoria.java e Bookmark.java verificamos que não existem métodos get/set ou toString().
E inspecionando os contollers CategoriaController.java e BookmarkController.java não encontramos métodos.
As implementações de tais métodos ocorrem através de um mecanismo suportado em AspectJ chamado Inter-type declarations (ITD). Ao navegar nos diretórios onde se encontram os arquivos .java das entidades e controllers encontraremos arquivos com a extensão .aj que implementam os métodos em questão.
Uma dica importante: os ITDs são gerados automaticamente pelo Roo e não devem ser editados. É possível editar os arquivos .java - no vídeo do Massimiliano o método toString de uma das classes foi redefinido em um arquivo .java.
Outra dica: utilizar a IDE (baseada no Eclipse) Springsource Tool Suite 2.3.0 ou superior pois suporta AspectJ, e consequentemente os ITDs.
Sugestões para experiências adicionais
- Edite diretamente o arquivo Bookmark.java, adicionando um atributo String descricao com annotations @Size e @NotNull (da especificação Bean Validation, JSR 303). Execute o Roo Shell novamente e observe as mensagens geradas. Saia do Roo Shell, e execute o tomcat (mvn tomcat:run) e via browser verifique o que mudou no formulário de criação de Bookmarks.
- Em Categoria.java defina um método toString ao seu gosto e remova a annotation @RooToString. Que mensagem surge no Roo Shell após salvar este arquivo código fonte ? Execute novamente o tomcat e verifique o combo box de Categorias no formulário de Bookmarks;
- No Roo Shell digite finder list --class ~.model.Bookmark. Ainda no Roo Shell digite finder add findBookmarksByDataCadastroLessThan. Execute o tomcat e veja o que mudou no menu da aplicação.
Onde encontrar mais informações:
- Muitos links em http://forum.springsource.org/showthread.php?t=71985 - Não perca o Casual Class da Globalcode
- Acompanhe meu blog
Renato Bellia
http://twitter.com/renatobellia
http://notasingleshot.blogspot.com
Comentários
Você vai mesmo utilizar Spring Roo em projetos reais ?
[]s
Yara
Parabéns mesmo pelo post, ficou totalmente completo, até com videos para ajuda a entender melhor.