Pular para o conteúdo principal

Tarefa Assíncrona com o AsyncTask

A plataforma Android nos fornece uma quantidade muito grande de classes e interfaces que facilitam o desenvolvimento e permitem a construção de um código limpo. Um bom exemplo disso são as tarefas assíncronas e, a classe AsyncTask.

A forma de uso é extremamente simples, basta termos uma classe que extenda AsyncTask. Por exemplo:

 class MeuAsyncTask extends AsyncTask<Void, Void, Void>{  
      @Override  
      protected Void doInBackground(Void... params) {  
           return null;  
      }  
 }  


Ao extender AsyncTask, somos obrigados a sobrescrever o método doInBackground, onde será feito o processamento multithreading e de forma assíncrona. Por exemplo, podemos ter um acesso e um parser XML ou JSON, uma rotina que salva uma grande quantidade de dados em um banco de dados relacional ou, um extenso processamento de imagens.

Fique atento também ao fato de termos alguns tipos identificados na hora do extends:

 <Void, Void, Void>  


Estes são, respectivamente:

* Params: parâmetros que serão passados para o método doInBackground ao chamarmos o AsyncTask com o método execute();
* Progress: tipo de dado que será passado no método publishProgress();
* Result: tipo de dado que será retornado pelo método doInBackground. Ou seja, se no lugar de Void, passarmos String, o método teria esta assinatura:

 @Override  
 protected String doInBackground(Void... params) {  
      return null;  
 }  


E como utilizamos a classe MeuAsyncTask? Desta forma:

MeuAsyncTask asyncTask = new MeuAsyncTask();
asyncTask.execute();


Mas esta classe ainda nos fornece algumas features interessantes: onPreExecute e onPostExecute. Estes métodos servem para definirmos alguma ação que desejamos executar antes da tarefa assíncrona (onPreExecute) e o que desejamos fazer depois que a tarefa for concluída (onPostExecute). Veja como ficaria a classe:

 class MeuAsyncTask extends AsyncTask<Void, Void, Void>{  
      @Override  
      protected Void doInBackground(Void... params) {  
           return null;  
      }  
      @Override  
      protected void onPreExecute() {  
           super.onPreExecute();  
      }  
      @Override  
      protected void onPostExecute(Void result) {  
           super.onPostExecute(result);  
      }  
 }  


Perceba que o mesmo tipo de parâmetro passado ao método onPostExecute será o tipo Result, passado na assinatura da classe e, consequentemente, o tipo de retorno que será informado na assinatura do método doInBackground. Por exemplo, vamos mudar o Result para a classe Hashtable:

protected Hashtable doInBackground(Void... params)
protected void onPostExecute(Hashtableresult)


O que é importante disso? A API nos fornece métodos que serão chamados no exato instante em que a tarefa assíncrona está prestes a começar e quando ela terminou. Nosso código fica limpo e temos controle total da operação.

Mas, ainda tem mais. E se quisermos ter uma barra de progresso indicando o andamento da tarefa, a AsyncTask nos ajuda de alguma forma? Sim. Basta sobrescrever o método onProgressUpdate. Veja:

@Override
protected void onProgressUpdate(Void... values) {
&nbsp&nbsp&nbsp super.onProgressUpdate(values);
}


Este método será chamado automaticamente quando, de dentro do doInBackground, acionarmos o método publishProgress(). Perceba que o mesmo tipo de parâmetro passado ao publishProgress() será recebido pelo onProgressUpdate(). Sendo que, este tipo é definido na asinatura da classe. No item Params.

No método onProgressUpdate podemos utilizar o valor recebido como parâmetro e mudar um Widget, como uma barra de progresso ou, mostrar uma mensagem ao usuário com um Toast, por exemplo.

O importante é que a classe AsyncTask nos fornece um arcabouço pronto para termos controle total de uma tarefa assíncrona.

Espero ter mostrado todo o poder da classe para vocês. Qualquer dúvida estou a disposição.

Att. Ricardo

Comentários

Unknown disse…
O meu Asynctask continua a fazer Freeze ao UI e não entendo o porquê poderia dar um olho no meu codigo?!
Tenho o meu codigo no stackoverflow em : http://stackoverflow.com/questions/20449152/asynctask-freezes-ui-while-replacing-fragments

Thanks ;)

Postagens mais visitadas deste blog

10 reasons why we love JSF

1. One-slide technology: it's so simple that I can explain basic JSF with one slide. 2. Easy to extend: components, listeners, render kit, Events, Controller, etc. 3. Real-world adoption: JBoss, Exadel, Oracle, IBM, ... 4. Architecture model: you can choose between more than 100 different architecture. 5. Open-mind community: using JSF you are going to meet very interesting people. 6. We are using JSF the last 5 years and we found very good market for JSF in Brazil 7. Progress: look to JSf 1.1 to JSF 1.2, JSF 1.2 to JSF 2.0. People are working really hard! 8. Many professionals now available 9. It's a standard. It's JCP. Before complain, report and help! 10. Ed Burns, spec leader, is an old Globalcode community friend! EXTRA: My wife is specialist in JSF. She's my F1 for JSF :) Nice job JSF community! -Vinicius Senger

O que é Lógica de programação?

Este é o segundo de uma série de posts voltados aos leitores do blog que estão dando início à carreira de desenvolvimento de software. O assunto de hoje é a lógica de programação. Para ler antes: Entendendo como funciona a programação de computadores: linguagens de programação, lógica, banco de dados A lógica de programação é um pré-requisito para quem quer se tornar um desenvolvedor de software, independente da linguagem de programação que se pretende utilizar. Mas o que é de fato a Lógica de Programação e como saber se eu tenho esse pré-requisito? A lógica de programação nada mais é do que a organização coerente das instruções do programa para que seu objetivo seja alcançado. Para criar essa organização, instruções simples do programa, como mudar o valor de uma variável ou desenhar uma imagem na tela do computador, são interconectadas a estruturas lógicas que guiam o fluxo da execução do programa. Isso é muito próximo ao que usamos em nosso cotidiano para realizar atividad...

Alguma certificação Java nos seus planos em 2010 ?

A discussão sobre certificações é super polêmica, alguns acham muito importante, outros acham totalmente insignificante. Eu particularmente acho que é uma meta de aprendizado, que nos força a aprender bem detalhadamente uma tecnologia. É claro que é "burlável" quero dizer, todo mundo conhece alguém que é certificado e "não sabe nada". Mas, evidentemente quando você se prepara, estuda, vai aprender muitas coisas novas e solidificar ainda mais seu conhecimento. Eu sempre fui muito "orientada" por deadlines... estas metas nos obrigam a encaixar algumas horas de estudo nesta vida tão corrida. E o inicio do ano é muito bom para estas iniciativas, porque estamos um pouco mais descansados, com aquele espírito de inicio de ano. Imagine chegar em março e já ter cumprido uma das metas de final de ano, e estar com a certificação "tirada" ? Não acho que precisa ser um caçador de certificações, e tentar tirar todas as certificações possíveis, mas acho ...

Sistema interativo de TV Digital com Ginga-J

No início de 2009, os estudantes de Sistema de Informação do Centro Universitário de Votuporanga ( UNIFEV ), Caio César Pereira de Souza e Rodrigo Gonçalves Constantino me apresentaram uma proposta para que eu fosse co-orientador junto ao professor orientador Djalma Domingos da Silva , em seu Trabalho de conclusão de curso (TCC) com tema TV Digital. A base que motivou o assunto, foi a palestra apresentada por Maurício Leal na I Conferência Java Noroeste sobre o tema TV Digital, realizada em 2006 em Votuporanga-SP. Ficamos muito entusiasmados com a possibilidade de interatividade na TV Digital, e a grande quantidade de possibilidades de desenvolvimento de aplicativos nesta área. Acompanhamos de perto as notícias na imprensa e todo o esforço e iniciativas realizadas pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) , que organizou e produziu especificações ABNT, normatizando o sistema de TV Digital Terrestre. O foco do TCC foi realizar o desenvolvimento de uma pequena ...

JavaMail: Enviando mensagem HTML com anexos

Introdução Depois do post "JavaMail: Enviando e-mail com Java" , que apresentava como enviar um e-mail com Java, resolvi complementar a assunto apresentando como enviar uma mensagem formatada, em HTML , e também como realizar o envio de anexos. Bibliotecas Além da biblioteca JavaMail, veja mais no post anterior , é necessário incluir o JavaBeans Activation Framework (JAF), apenas se a versão utilizada for anterior ao JSE 6.0 , que já tem o JAF incluso. O JAF está disponível em http://www.oracle.com/technetwork/java/javase/downloads/index-135046.html , e neste download encontramos, alguns exemplos na pasta demo , documentação, incluindo javadocs, na pasta docs e a biblioteca activation.jar , que deve ser acrescentada no classpath da aplicação para versões anteriores ao JSE 6.0. Exemplo Primeiramente devemos realizar a configuração da javax.mail.Session e da javax.mail.internet.MimeMessage , estes passos podem ser vistos no post anterior . Agora vamos montar um...

JSF 2 - Composite Components, você não precisa mais ser um ninja

Estamos em uma nova era da computação, os dados não estão mais localizados em um banco dentro de sua empresa, vivemos a explosão de redes sociais, informações são geradas a todo instante, e se torna essencial que sua aplicação conheça os serviços disponíveis na web e consumam suas APIs geralmente disponíveis por serviços REST. Legal, mas como ficam meus aplicativos Java EE neste novo cenário? Para quem vem acompanhando a evolução da plataforma, é notório que todo esforço vem sendo utilizado para aumentar a produtividade e a integração com novos serviços. Basicamente duas especificações surgem com muita força para atender este cenário, a JSR - 314 (JSF-2) e JSR - 311 (JAX-RS), neste post exploraremos a JSR-314 (JSF2) e sua nova forma de criar Composite Components. Uma das grandes queixas dos desenvolvedores JSF era a complexidade em criar composite components, era necessário um vasto conhecimento sobre o ciclo de vida de uma aplicação JSF. Agora, você não precisa ser mais um “ninja” em ...