Pular para o conteúdo principal

JSON fácil em Java com GSon !

Ola pessoal !

O formato JSON (JavaScript Object Notation) vem se consagrando cada vez mais na comunicação de dados, principalmente nos dispositivos móveis devido a esse formato ser mais leve que o XML e também mais legível.
Uma prova disso são as inúmeras bibliotecas que existem para manipular esse formato, e no caso do Android, o suporte ao JSON é nativo. Mas apesar de ter esse suporte nativo, algumas operações devem ser feitas manualmente e o código acaba ficando um pouco verboso e repetitivo, já que para cada objeto que se deseja transmitir é necessário fazer um método que lê as propriedades do JSON e faz as devidas atribuições no seu objeto Java.

Vamos supor o seguinte objeto sendo transmitido em JSON:

{
  user: {
    id: 123456,
    name: "Neto Marin",
    username: "netomarin",
    email: "netomarin@globalcode.com.br"
  }
}

Se você fosse tratar um Webservice que envia esse JSON para o seu aplicativo Android, além de criar a o Java Bean desse objeto, a classe User por exemplo, você também precisaria programar  um método em algum controller  (ou em uma classe qualquer) para carregar o bean com os dados que vieram pelo JSON, por exemplo:

public User loadUserFromJSON(String jsonString) {
    User user = new User();
    try {
        JSONObject userObject = new JSONObject(jsonString);
        user.setId(userObject.getInt("id"));
        user.setName(userObject.getString("name"));
        user.setUsername(userObject.getString("username"));
        user.setEmail(userObject.getString("email"));
    } catch (JSONException e) {
        e.printStackTrace();
    }
    
    return user;
}

E assim teria que fazer para cada objeto que você quisesse receber via JSON. Sem falar nas atualizações que teria que fazer em caso de mudança do objeto ou problemas que poderia ter com erros ou trocas nos nomes das propriedades.
Além do parser para carregar uma instância de User a partir de um JSON, caso você precise enviar o mesmo JSON para o servidor, teria que ter um método para converter o seu bean em uma String no formato, e então, teria um método parecido com isso:

public String userToJSON(User user) {
    JSONObject object = new JSONObject();
    try {
        object.put("id", user.getId());
        object.put("name", user.getName());
        object.put("username", user.getUsername());
        object.put("email", user.getEmail());
    } catch (JSONException e) {
        e.printStackTrace();
    }
    
    return object.toString();
}

Apresentando, Gson !

Então, pra dar uma ajuda nessa tarefa toda, o pessoal do Google criou o projeto Gson, que tem como principais objetivos:
  • Prover uma interface simples para ler e exportar no formato JSON.
  • Permitir que objetos pré-existentes e que não possam ser alterados sejam convertidos para e partir de JSON.
  • Suporte ao generics do Java.
  • Representação customizada de objetos.
  • Suporte a tipos complexos de objetos.
Dessa forma, a promessa do Gson é que com apenas poucas linhas você consiga gerar objetos a partir de uma String JSON. A conversão do objeto user que foi demonstrado acima, se for utilizar Gson, ficaria assim:

public User loadUserFromJSONGson(String jsonString) {
    Gson gson = new Gson();
    User user = gson.fromJson(jsonString, User.class);
    return user;
}

Bem mais fácil não? E na hora de enviar essa classe User para o servidor, seria tão simples assim? Vejamos:

//criação do objeto para demonstrar...
User user = new User();
user.setId(123);
user.setName("João da Silva");
user.setEmail("joaodasilva@mail.com");
user.setUsername("joaosilva");
    
//código que faz o trabalho ;-)
Gson gson = new Gson();
String userJSONString = gson.toJson(user);

//Para ver o resultado no Logcat    
Log.d("Gson", "user JSON String: "+userJSONString);

Mas é só isso ?!?!

Claro que não ! O próprio formato JSON tem uma série de particularidades e também limites. E a biblioteca Gson está em desenvolvimento, e é claro, também tem as suas limitações. Por isso, visite o site do projeto e também o Gson User Guide que conta com diversos exemplos mais avançados, envolvendo objetos complexos, arrays e generics!

Esse exemplo que apresentei serve para mostrar a simplicidade da idéia, e que será o suficiente caso você apenas receba e envie objetos simples. Boa sorte! ;-)

Da pra usar com projetos Android?

Sim, basta fazer o download do zip da biblioteca, descompactar e copiar o JAR para a pasta libs do seu projeto Android (caso não tenha a pasta, basta criar...). Depois, no Eclipse, clique com o botão direito em cima do JAR e selecione a opção Build Path --> Add to Build Pah e pronto, você já pode usar normalmente no seu projeto!

Abraços
Neto Marin

Comentários

Daniel disse…
Componente sagaz o Gson. Utilizamos em projetos, muito eficiente.
Rafael Spessotto disse…
Ola!

eu sei que esse post e antigo, mas comecei a seguir os seu tutorial de android, so que cada vez que eu dou "run as android application" ele roda o emulador mas a aplicacao nao aparece no emulador...ela esta instalada mas ela nao roda automaticamente... tem alguma ideia?

abracos
Unknown disse…
Uia!

Simples e objetivo! Parabéns pelo post.
Unknown disse…
Muito bom, parabéns.
Unknown disse…
Alguém poderia indicar uma fonte onde encontro a utilização do GSon para utilização com RESTFul?

Postagens mais visitadas deste blog

10 reasons why we love JSF

1. One-slide technology: it's so simple that I can explain basic JSF with one slide. 2. Easy to extend: components, listeners, render kit, Events, Controller, etc. 3. Real-world adoption: JBoss, Exadel, Oracle, IBM, ... 4. Architecture model: you can choose between more than 100 different architecture. 5. Open-mind community: using JSF you are going to meet very interesting people. 6. We are using JSF the last 5 years and we found very good market for JSF in Brazil 7. Progress: look to JSf 1.1 to JSF 1.2, JSF 1.2 to JSF 2.0. People are working really hard! 8. Many professionals now available 9. It's a standard. It's JCP. Before complain, report and help! 10. Ed Burns, spec leader, is an old Globalcode community friend! EXTRA: My wife is specialist in JSF. She's my F1 for JSF :) Nice job JSF community! -Vinicius Senger

EJB 3: Uma evolução sob os conceitos do Hibernate e Spring

Definitivamente o modelo de componentização definido no Java EE 5 e 6 evoluiu e melhorou muito. Mas, sem dúvida muita dessa evolução se deve às pressões do Hibernate e Spring Framework. Estes dois últimos frameworks nasceram baseados no conceito de POJO, que nada mais é do que a concepção de um modelo de componentização baseado em classes Java sem as regras impostas pelo EJB (curioso, sem o EJB não existiria o Hibernate ou o Spring). A morte dos Entity Beans O Hibernate nasceu da idéia de promover um modelo de persistência mais simples que o proposto pelos EJBs do tipo Entity Beans definido na especificação EJB 2.x. Este foi o primeiro tipo de EJB a sofrer com a evasão de desenvolvedores com o surgimento deste framework e a conscientização sobre os problemas nos Entity Beans. A partir de um modelo baseado em JavaBeans e o uso do JDBC, o Hibernate usa a Reflection API para gerar os SQLs necessários para persistir o estado de beans em diversos banco de dados relacionais, além de defini...

O que é Lógica de programação?

Este é o segundo de uma série de posts voltados aos leitores do blog que estão dando início à carreira de desenvolvimento de software. O assunto de hoje é a lógica de programação. Para ler antes: Entendendo como funciona a programação de computadores: linguagens de programação, lógica, banco de dados A lógica de programação é um pré-requisito para quem quer se tornar um desenvolvedor de software, independente da linguagem de programação que se pretende utilizar. Mas o que é de fato a Lógica de Programação e como saber se eu tenho esse pré-requisito? A lógica de programação nada mais é do que a organização coerente das instruções do programa para que seu objetivo seja alcançado. Para criar essa organização, instruções simples do programa, como mudar o valor de uma variável ou desenhar uma imagem na tela do computador, são interconectadas a estruturas lógicas que guiam o fluxo da execução do programa. Isso é muito próximo ao que usamos em nosso cotidiano para realizar atividad...

JavaOne Brasil, dicas para submissão de palestras

Não quero parecer pretensiosa dando dicas para submissão de palestras para o JavaOne Brasil, mas sim repassar os tantos conselhos e sugestões recebidas pelos vetaranos do JavaOne: Bruno Souza e Leonardo Galvão que revisaram dezenas de submissões para o JavaOne e ajudaram a aprovar tantas palestras, e também misturar um pouco da minha experiência na seleção de palestras nos eventos realizados pela Globalcode e SouJava . 10 anos de JavaOne: http://www.globalcode.com.br/noticias/Globalcode10AnosNoJavaOne Os palestrantes ganham a entrada! A submissão pode ser feita em português! O passo mais importante para ser aprovado como palestrante no JavaOne é sem dúvida nenhuma submeter pelo menos uma palestra. Então, independente de qualquer coisa, participe, arrisque, divulgue.  Mas, se quiser aumentar as suas chances...   1) Leve a sério: peça para amigos fazerem uma leitura crítica do texto, e claro uma boa revisão ortográfica. 2) Submissão de várias palestras ou variações do ...

Tendências: NoSQL

Muitos de nós já fomos testemunhas e presenciamos tendências tecnológicas virem com intensidade e se dispersarem tão rapidamente como surgiram. Há alguns anos acompanho a popularização e a adesão de padrões de infraestruras e plataformas para suportar aplicações web. A decisão de usar uma ou outra solução é com freqüência respaldada por casos de sucessos. Notadamente é considerável o peso dado ao que a start-up de sucesso do momento está utilizando. Tais decisões levam a uma reação em cadeia que direciona o mercado de desenvolvimento de software de uma maneira bem significativa. Uns dos mais populares stacks de hoje tem uma abreviação peculiar: LAMP. Esta combinação de letras são, na verdade, atalhos para os mais famosos projetos open source que se tem conhecimento: Linux, Apache (servidor HTTP) e MySQL. A última letra desta seqüência merece um destaque pela sua ambigüidade pois pode simbolizar a inicial de uma entre as mais populares linguagens script ( Python , PHP e Perl )....

Java no mundo das Telecomunicações

Este é meu primeiro post aqui no blog e gostaria de dizer que estou muito feliz em também poder contribuir com esta grande (e crescente) família Globalcode. Vou começar escrevendo aqui sobre um tópico pouco explorado no universo Java: o seu uso no mundo das telecomunicações. Vários de vocês podem ter trabalhado em projetos para empresas de telecom utilizando a tecnologia Java. Eu mesmo já participei de alguns, implantando sistemas de tarifação, faturamento, CRM e cobrança. Mas o objetivo deste post é um pouco diferente: estou falando do uso de Java na própria rede de telecom. Como vocês podem imaginar, esta rede que permite que ligações telefônicas sejam feitas de seu celular ou aparelho fixo é um tanto quanto complexa, lidando com aspectos como roteamento, bilhetagem, roaming , etc. E o Java está presente neste cenário também. Para provar que não estou mentindo, abram o site do JCP e cliquem no link "JSRs by Technology". Observem que uma das categorias lista é a JAIN ( Jav...