(...) Apesar do bom salário, este profissional tem se tornado artigo raro no Brasil, o que explica as vagas neste setor estarem entre as dez mais difíceis de serem preenchidas (...)
(...) O presidente do Confea admitiu, no entanto, que, no curto e no médio prazo, parte das vagas terá de ser ocupada por profissionais do exterior porque o país não terá como suprir as carências de imediato (...).
Notícias como estas estão sendo veiculadas todo o tempo e há anos. Em novembro de 2010 postei em Globalcoder´s um artigo sobre esta mesma questão e, passados quase seis meses, parece-me que o cenário realmente mudou ... para pior.
Assim como as notícias sobre este fato, temo também em tornar-me entediante com a minha abordagem insistente em destacar esta que considero uma verdadeira calamidade nacional, que afetará, sem dúvida nenhuma, o crescimento do País nos próximos cinco anos.
Observa-se que várias medidas estão sendo tomadas, mas de forma isolada, ou seja, cada empresa ou instituição cuidando de encontrar solução para seu próprio problema; nada se vê em termos de um plano nacional, onde deveriam estar congregadas as iniciativas corporativas e acadêmicas privadas, juntamente com a esfera pública.
E nesse compasso, o que se tem a esperar é que as ofertas de vagas sejam efetivamente ocupadas por mão-de-obra estrangeira, já que a Europa e a América do Norte ainda não reencontraram o equilíbrio das contas, após a grave crise em 2009, fato estimulante para aqueles profissionais que estão com dificuldades de empregarem-se em seus países de origem.
Deixo bem claro que não sou contra recebermos profissionais estrangeiros para trabalharem em nosso território, ao contrário; sempre considerei a diversidade como a melhor alavanca de progresso de uma nação. Apenas preocupa-me 'quanto' destas oportunidades sobrarão para os brasileiros.
Não bastasse o fato em si (falta de mão de obra qualificada) já ser bastante preocupante, aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho, provenientes das universidades, apresentam evidente deficiência de aprendizado, mostrando-se muito despreparados, até mesmo para as funções mais básicas na área de tecnologia da informação.
Imagino que a 'tábua de salvação' estará, em parte, no contexto dos cursos profissionalizantes no modo EaD (Ensino a Distância) , contexto este onde a Globalcode opera suas ofertas de capacitação, seja através da iniciativa Open4Education , com cursos livres e gratuitos, seja através de seu portfólio de treinamentos especializados, com ênfase no aprendizado progressivo (programação para iniciantes até formação de arquitetos de soluções).
O desenvolvimento da competência técnica também passa por outros aspectos igualmente importantes, tais como, manter-se atualizado e frequentemente ampliar a network pessoal.
Neste âmbito, a Globalcode também procura subsidiar seus alunos, clientes corporativos, colaboradores e seguidores, com importantes eventos anuais, onde é possível atualizar-se através das inúmeras sessões técnicas, travar relacionamentos, e mais, identificar tendências da tecnologia, para apoiar decisões pessoais sobre qual rumo seguir em termos de especializações.
Dentre os eventos idealizados e realizados pela equipe Globalcode , destacamos, neste âmbito, o "Profissão Java", direcionado exatamente para os aspirantes a novas oportunidades profissionais, bem como para promover um intercâmbio direto entre candidatos e recrutadores.
Ainda há mais:
- Carreira Academia do Programador: há dois anos a instituição Fernão Gaivota inseriu no currículo do ensino médio a Academia do Programador, carreira especialmente desenvolvida para atender ao público leigo (ou não devidamente preparado) em tecnologia da informação e que tem interesse em conhecer, mas que não encontrava uma alternativa para mergulhar neste mundo de possibilidades. A formalização da parceria com a Catho também permitiu que ampliássemos o raio de cobertura de mercado para divulgar esta carreira.
- Projeto I.D.A. (Inclusão Digital Avançada): Este projeto é derivação do Elétron Livre no Ensino voltado para escolas públicas e projetos comunitários. A proposta é oferecer conteúdo, treinamentos e insumos para o ensino de tecnologias como: programação, robótica, fabricação de eletrônicos, internet e muito mais.
- Curso Core Web: Este curso está inserido na Pós Graduação Lato Sensu MBIS - Desenvolvimento de Sistemas Web, como parte da disciplina "Programação para a Web (Java)" , que possui carga horária presencial de 48horas/aula. Os alunos receberão também o Certificado da Globalcode, referente ao treinamento Core Web. O relacionamento entre a Globalcode e a Centro Universitário Módulo em Caraguatuba, recentemente incorporada a Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), começou através do contato com o Professor Flávio Marques , que organizou uma caravana com 25 pessoas que vieram de Caraguatatuba para o evento Profissão Java 2009, organizado pela Globalcode em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi.
Enfim, a Globalcode está se movimentando, fazendo sua parte, somando-se a tantas outras iniciativas que estão sendo disponibilizadas para minimizar este carência de profissionais qualificados.
Você, que está nos prestigiando com sua atenção na leitura deste post, comente, faça sugestões, apresente suas idéias e concepções para que esta 'catástrofe anunciada' não se concretize.
Waldir U. Hadad
Diretor Comercial
Globalcode - The Developers Company
Comentários
Quais são essas deficiências?
Como graduado em Computação, a faculdade me ensinou apenas os fundamentos, conhecimentos mais consolidades e base para a nossa ciência.
A universidade também fornece diversas disciplinas extras para treinamento nas tecnologias atuais, o que acredito ser importante para as empresas.
Não vejo motivo, por exemplo, pra focar um currículo de faculdade em J2EE, sendo que essas tecnologias vêm e vão com o passar do tempo. Mais vale ensinar os conhecimentos nos quais essas tecnologias estão fundamentadas.
Por fim, acredito que a maior parte do aprendizado é responsabilidade do aluno. Leitura extra classe, estágios durante o curso, especializações após os estudos.
Seu comentário está para venda de produtos que para uma verdadeira contribuição.
Primeiro, os salários dos profissionais de TI nos Estados Unidos são melhores que no Brasil e não se tem idéia de que tem gente sobrando por lá.
Segundo, as empresas de TI estão querendo profissionais que apenas conheçam suas ferramentas. Por isto a reclamação contra as faculdades. É péssima a idéia de que um recém formado tem de dominar um SGBD, um application server, um IDE, conheça todos os patterns(!) e ainda tenha, no mínimo, 2 anos de experiência.
O posicionamento da vossa empresa é notado. Ela supre uma necessidade que as empresas executoras de projetos de TI abdicaram.
As empresas não pagam mais cursos nas ferramentas ou tecnologias que elas demandam. Estão forçando a barra para que as faculdades façam isto. Existem faculdades que já não ensinam a grade completa de cálculo, tão pouco as teorias básicas para construção de um algoritmo.
O problema do Brasil chama-se Educação de Qualidade. As pessoas estudam e não possuem conhecimentos básicos de abstração, lógica, de organização e não sabem que foram para a faculdade para aprender à aprender.
Qualificação vem com estudos, atuação e tempo.
Entenda, falta de profissionais em determinadas áreas é cíclica na história da humanidade e difícil de prevê. Ou será que acertaram com faculdades para turismo e engenharia ambiental?
A proposta de vossa empresa não é a salvação. Não seja um caça níquel!
Infeliz título do post para uma ação de marketing.
Que bom que o assunto gerou alguma discussão, ainda que seja uma contraposição aos meus argumentos. Até então, eu achei que havia uma indiferença assustadora quanto a este assunto, repito, de inegável importância para este nosso país tão promissor.
Mas, vamos aos fatos. A falta de profissionais qualificados é uma realidade incontestável. Mais do que as estastíticas, garanto-lhe que vivo uma realidade igualmente incontestável e muito mais realista, ou seja, os inúmeros pedidos de clientes corporativos para apoiá-los na busca por profissionais (iniciantes ou não). Quem abastece o mercado, senão as Universidades? Que alguns alunos não saibam aproveitar o conhecimento que lhes é transferido, estou de pleno acordo também; mas, estamos vivendo uma 'pandemia', não fatos isolados. Talvez minha tese esteja equivocada e não terei nenhum problema em admitir, desde que se apresente alguma outra linha de pensamento mais conclusiva.
Abraços e grato pelo comentário.
Waldir Hadad
Não estamos falando da mesma coisa? No sexto parágrafo de seu texto você ratifica meus comentários, quanto afirma que o problema no Brasil é 'Educação de Qualidade".
Perdoe-me, mas não concordo com "falta de profissionais em determinadas áreas é cíclica na história da humanidade e difícil de prever". Primeiro, a carência de profissionais é generalizada; segundo, a previsibilidade é difícil quando falta a necessária maturidade na gestão das importantes questões que norteiam o futuro de uma nação. Como projetar crescimento sutentável, sem levar em conta a mão-de-obra a ser absorvida?
Quanto aos comentários: 'marketing puro', 'caça-níquel', 'salvação', abstenho-me de comentar.
Abraços
Waldir Hadad