Pular para o conteúdo principal

Fetch Profile nova funcionalidade do Hibernate 3.5

No final de Março foi lançado Hibernate 3.5, framework Mapeamento Objeto Relacional mais "badalado" do Java.

A grande expectativa dessa versão é justamente por a partir dela o Hibernate torna-se uma implementação da JPA 2.0. A JSR 317 especificou recursos já existentes no Hibernate com novas funcionalidades dando uma cara nova ao mecanismo padrão para ORM em aplicativos Java.

Mas além da compatibilidade a JPA 2.0, o Hibernate conta com algumas melhorias como o suporte a JDBC 4 (Java 6), junção dos projetos Hibernate Core, Hibernate Annotations, Hibernate EntityManager e Hibernate Envers. Fechando com novas funcionalidades como o Fetch Profile.

Via de regra, mapear as associações com fetchType usando Lazy não faz mal a ninguém, principalmente em relacionamentos que envolvem collection como @OneToMany e @ManyToMany. Uma solução comum para carregar mais de uma entidade em única busca no banco é utilizar join fetch via HQL, ou mesmo via Criteria.

A partir do Hibernate 3.5, com o Fetch Profile isso pode ser feito de uma forma diferente e bem simples. No mapeamento é necessário indicar a entidade, o relacionamento/atributo que deve ser carregado e por fim um nome para o Fetch Profile. Vou usar o clássico exemplo Pedido com um Cliente e vários Itens para demonstrar o uso, código está bem reduzido com foco em Fetch Profile:
@FetchProfiles(value={
    @FetchProfile(name="pedido-com-cliente",
        fetchOverrides=@FetchProfile.FetchOverride(
            entity=Pedido.class,
            association="cliente",
            mode=FetchMode.JOIN)
    ),

    @FetchProfile(name="pedido-com-itens",
        fetchOverrides=@FetchProfile.FetchOverride(
            entity=Pedido.class,
            association="itens",
            mode=FetchMode.JOIN)
    )
})

@Entity
public class Pedido {

    // mapeamento dos outros atributos foram omitidos ...
    
    @ManyToMany(fetch=FetchType.LAZY) //o default eh EAGER
    private Cliente cliente;

    @OneToMany(fetch=FetchType.LAZY)
    private Set itens = new HashSet();

    // getters, setters e outros metodos foram omitidos ...
}


Observação: caso exista só um @FetchProfile, não é necessário definir @FetchProfiles.

Agora é só habilitar o Fetch Profile na Session indicando pelo nome, através do método setFetchProfile. Uma vez que esse método é acionado, enquanto a Session for utilizada o Fetch Profile será respeitado.

A seguir trecho do codigo do PedidoDAO usando usando esse esquema:
//busca comum, nesse caso soh na tabela Pedido
Pedido p1 = (Pedido) session.get(Pedido.class, 4); //existe pedido com id 4

//habilita busca (get) do pedido com itens
session.enableFetchProfile("pedido-com-itens");

//gera sql para tabela Pedido com left outer join em ItemPedido
Pedido p2 = (Pedido) session.get(Pedido.class, 7); //existe pedido com id 7


Na sequência faço um ajuste no código anterior, habilitando a busca do Cliente junto com os Itens.
//habilita busca (get) do pedido com itens
session.enableFetchProfile("pedido-com-itens");

//gera sql para tabela Pedido com left outer join em ItemPedido
Pedido p2 = (Pedido) session.get(Pedido.class, 7); //existe pedido com id 7

//na mesma session, habilita busca (get) do pedido com cliente
session.enableFetchProfile("pedido-com-cliente");

//gera sql para tabela Pedido com left outer join com ItemPedido e Cliente
Pedido p2 = (Pedido) session.get(Pedido.class, 7); //existe pedido com id 7


Para desabilitar o Fetch Profile é só chamar o método disableFetchProfile da Session. Por enquanto o formato da busca é via JOIN, as outras opções devem sair junto com Hibernate 3.7.

Depois de quase 10 anos, o Hibernate começou a ser criado em 2001, é possível melhorar!


Mais informações:


[]'s
Eder Magalhães
www.yaw.com.br
twitter.com/youandwe
twitter.com/edermag

Comentários

Muito legal, aumenta a glanularidade da configuração de forma simples!

Postagens mais visitadas deste blog

10 reasons why we love JSF

1. One-slide technology: it's so simple that I can explain basic JSF with one slide. 2. Easy to extend: components, listeners, render kit, Events, Controller, etc. 3. Real-world adoption: JBoss, Exadel, Oracle, IBM, ... 4. Architecture model: you can choose between more than 100 different architecture. 5. Open-mind community: using JSF you are going to meet very interesting people. 6. We are using JSF the last 5 years and we found very good market for JSF in Brazil 7. Progress: look to JSf 1.1 to JSF 1.2, JSF 1.2 to JSF 2.0. People are working really hard! 8. Many professionals now available 9. It's a standard. It's JCP. Before complain, report and help! 10. Ed Burns, spec leader, is an old Globalcode community friend! EXTRA: My wife is specialist in JSF. She's my F1 for JSF :) Nice job JSF community! -Vinicius Senger

O que é Lógica de programação?

Este é o segundo de uma série de posts voltados aos leitores do blog que estão dando início à carreira de desenvolvimento de software. O assunto de hoje é a lógica de programação. Para ler antes: Entendendo como funciona a programação de computadores: linguagens de programação, lógica, banco de dados A lógica de programação é um pré-requisito para quem quer se tornar um desenvolvedor de software, independente da linguagem de programação que se pretende utilizar. Mas o que é de fato a Lógica de Programação e como saber se eu tenho esse pré-requisito? A lógica de programação nada mais é do que a organização coerente das instruções do programa para que seu objetivo seja alcançado. Para criar essa organização, instruções simples do programa, como mudar o valor de uma variável ou desenhar uma imagem na tela do computador, são interconectadas a estruturas lógicas que guiam o fluxo da execução do programa. Isso é muito próximo ao que usamos em nosso cotidiano para realizar atividad...

TDC BUSINESS, chega a São Paulo com novas trilhas de Inteligência Artificial e Inovação

Maior conferência de profissionais de tecnologia do Brasil abordará temas em alta no momento como, por exemplo, Inteligência Artificial, Segurança, Ciência de Dados e Inovação O TDC BUSINESS, a 17° edição do The Developer's Conference na cidade de São Paulo, que acontece entre os dias 19 e 21 de Setembro, reunirá profissionais e especialistas da área para troca de experiência, compartilhamento de conteúdos e networking. Com o tema central: “Tecnologia para negócios transformadores”, o evento será totalmente híbrido, ocorrendo presencialmente no espaço Pro Magno, e com transmissão simultânea e atividades de network pela internet. A expectativa é reunir mais de 14.000 pessoas, somando a participação presencial e online.   Segundo Yara Mascarenhas, Fundadora e Host do Evento, “nosso objetivo com o TDC é inspirar a colaboração entre os profissionais e empresas para construir uma nova realidade para o mercado de TI.  Vamos juntar tecnologia e negócios com as trilhas técnicas...

JavaOne Brasil, dicas para submissão de palestras

Não quero parecer pretensiosa dando dicas para submissão de palestras para o JavaOne Brasil, mas sim repassar os tantos conselhos e sugestões recebidas pelos vetaranos do JavaOne: Bruno Souza e Leonardo Galvão que revisaram dezenas de submissões para o JavaOne e ajudaram a aprovar tantas palestras, e também misturar um pouco da minha experiência na seleção de palestras nos eventos realizados pela Globalcode e SouJava . 10 anos de JavaOne: http://www.globalcode.com.br/noticias/Globalcode10AnosNoJavaOne Os palestrantes ganham a entrada! A submissão pode ser feita em português! O passo mais importante para ser aprovado como palestrante no JavaOne é sem dúvida nenhuma submeter pelo menos uma palestra. Então, independente de qualquer coisa, participe, arrisque, divulgue.  Mas, se quiser aumentar as suas chances...   1) Leve a sério: peça para amigos fazerem uma leitura crítica do texto, e claro uma boa revisão ortográfica. 2) Submissão de várias palestras ou variações do ...

Devo fazer um curso ou ler um livro?

Acredito que todos os instrutores ou professores, independentemente da área, escola ou centro de treinamento, já devam ter recebido essa pergunta alguma vez na vida: devo fazer um curso ou ler um livro? Para responder a essa pergunta, precisamos avaliar os prós e contras de cada opção. Trabalho com treinamento há algum tempo e, hoje, recebi essa pergunta de um aluno. Não adianta responder a ou b sem argumentar, demonstrando as opções conforme a situação do aluno. O conteúdo, a forma de transmissão e a capacidade de assimilação do indivíduo são chaves para haver benefício maior de aprendizado. Tanto em um bom curso quanto em um bom livro, o conteúdo é a premissa básica . Por conteúdo entendemos: se está organizado; se respeita pré-requisitos; se promove o aprendizado guiado e incremental; se aborda de forma satisfatória os principais pontos; se tem bom balanço entre teoria, exemplos e prática (favorecendo exemplos e prática); se tem como premissa a acessibilidade possível (e cabível) pa...

Sistema interativo de TV Digital com Ginga-J

No início de 2009, os estudantes de Sistema de Informação do Centro Universitário de Votuporanga ( UNIFEV ), Caio César Pereira de Souza e Rodrigo Gonçalves Constantino me apresentaram uma proposta para que eu fosse co-orientador junto ao professor orientador Djalma Domingos da Silva , em seu Trabalho de conclusão de curso (TCC) com tema TV Digital. A base que motivou o assunto, foi a palestra apresentada por Maurício Leal na I Conferência Java Noroeste sobre o tema TV Digital, realizada em 2006 em Votuporanga-SP. Ficamos muito entusiasmados com a possibilidade de interatividade na TV Digital, e a grande quantidade de possibilidades de desenvolvimento de aplicativos nesta área. Acompanhamos de perto as notícias na imprensa e todo o esforço e iniciativas realizadas pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) , que organizou e produziu especificações ABNT, normatizando o sistema de TV Digital Terrestre. O foco do TCC foi realizar o desenvolvimento de uma pequena ...