Pular para o conteúdo principal

Certificação de Arquiteto Java EE

Algumas pessoas me fizeram perguntas relativas à certificação de Arquiteto Java, então resolvi escrever um post falando um pouco sobre isso.

Antigamente a Sun tinha uma certificação chamada SCEA (Sun Certified Enterprise Architect), que teve até alguns livros preparatórios escritos, e acabou virando a atual certificação Oracle Certified Master, Java EE Certified Architect. Ela existe atualmente em duas versões: Java EE 5 e Java EE 6. Algumas características da certificação original foram mantidas e outras introduzidas pela Oracle.

A certificação de arquiteto é diferente das demais certificações Java da Oracle, entre outras coisas, por exigir 3 etapas para sua conclusão:
  1. prova de conhecimentos de arquitetura Java, com formato semelhante às demais provas de certificação, ou seja, várias questões de múltipla escolha.
  2. projeto prático onde deve ser elaborada a arquitetura de um sistema Java a partir de uma especificação fornecida. Essa especificação é fornecida através de diagramas UML (casos de uso e classe) e um descritivo. O projeto é entregue como um conjunto de diagramas UML (classe, sequência, componentes e deployment).
  3. prova discursiva sobre o projeto da parte 2

Na versão original da Sun, o projeto da parte 2 não tinha prazo para ser entregue, mas na versão Oracle o limite é de 6 meses para a entrega das partes 2 e 3. Além disso, outra diferença na versão da Oracle é que o candidato deve cursar um dos treinamentos de uma lista de cursos selecionados.

E a diferença entre o conteúdo cobrado para as versões Java EE 5 e Java EE 6? As provas das partes 2 e 3 tem até o mesmo código, mas na parte 1 os tópicos apresentam algumas diferenças. A principal delas é relativa aos design patterns cobrados. Até a versão Java EE 5 eram cobrados os patterns GoF e do livro Core J2EE Patterns. Com a versão 6 diminuiram os patterns GoF cobrados e os patterns Java EE foram atualizados. Vários dos patterns novos estão descritos no livro "Real World Java EE Patterns - Rethinking Best Practices" do Adam Bien.

E para quem tem interesse em tirar a certificação, a boa notícia é que a Globalcode, como empresa parceira da Oracle através do programa WDP, ministra um dos treinamentos da lista de pré-requisitos: Arquiteto de Aplicações Enterprise Java EE. Esse curso é interessante pois aborda vários dos tópicos cobrados na certificação e possui laboratórios práticos semelhantes à prova da parte 2.

Espero ter esclarecido algumas dúvidas comuns e se alguém tiver interesse posso escrever mais sobre o tema.

[]s
Kleber Xavier

Comentários

Unknown disse…
Ótimo post Kleber. Bastante esclarecedor e com algumas dicas sobre a certificação de arquiteto. Vou divulgá-lo para nossos alunos aqui em Floripa. Abs.
Marco A. S. Reis disse…
Poderia haver um post sobre o mercado de trabalho para o arquiteto certificado, indicando as vantagens de conseguir o título, se há vantagens financeiras ou oportunidades de consultoria. Talvez até a experiência pessoal do autor.
fabio.fino disse…
Pessoal, colocaram um ótimo simulado JAVA no site http://www.iheadgo.com para quem está querendo tirar a Certificação.
Tem simulado de várias provas JAVA. Inclusive o site grava a evolução em gráfico dos seus estudos.
Gostei bastante e estou usando esse site para estudar para a prova 1Z0-804 - ORACLE Java SE 7 Programmer II que vou fazer.

Alguém aqui já conhecia esse site?

Ricardo Andrei
fabio.fino disse…
O site http://www.iheadgo.com é o melhor que vi até agora. Muita coisa boa em Portugues e sem burocracia.

Gostei bastante do que ví lá! Estou estudando por ele!
Unknown disse…
A prova da parte 2 e 3 é obrigatoriamente em inglês? Obrigado.

Postagens mais visitadas deste blog

10 reasons why we love JSF

1. One-slide technology: it's so simple that I can explain basic JSF with one slide. 2. Easy to extend: components, listeners, render kit, Events, Controller, etc. 3. Real-world adoption: JBoss, Exadel, Oracle, IBM, ... 4. Architecture model: you can choose between more than 100 different architecture. 5. Open-mind community: using JSF you are going to meet very interesting people. 6. We are using JSF the last 5 years and we found very good market for JSF in Brazil 7. Progress: look to JSf 1.1 to JSF 1.2, JSF 1.2 to JSF 2.0. People are working really hard! 8. Many professionals now available 9. It's a standard. It's JCP. Before complain, report and help! 10. Ed Burns, spec leader, is an old Globalcode community friend! EXTRA: My wife is specialist in JSF. She's my F1 for JSF :) Nice job JSF community! -Vinicius Senger

O que é Lógica de programação?

Este é o segundo de uma série de posts voltados aos leitores do blog que estão dando início à carreira de desenvolvimento de software. O assunto de hoje é a lógica de programação. Para ler antes: Entendendo como funciona a programação de computadores: linguagens de programação, lógica, banco de dados A lógica de programação é um pré-requisito para quem quer se tornar um desenvolvedor de software, independente da linguagem de programação que se pretende utilizar. Mas o que é de fato a Lógica de Programação e como saber se eu tenho esse pré-requisito? A lógica de programação nada mais é do que a organização coerente das instruções do programa para que seu objetivo seja alcançado. Para criar essa organização, instruções simples do programa, como mudar o valor de uma variável ou desenhar uma imagem na tela do computador, são interconectadas a estruturas lógicas que guiam o fluxo da execução do programa. Isso é muito próximo ao que usamos em nosso cotidiano para realizar atividad...

Devo fazer um curso ou ler um livro?

Acredito que todos os instrutores ou professores, independentemente da área, escola ou centro de treinamento, já devam ter recebido essa pergunta alguma vez na vida: devo fazer um curso ou ler um livro? Para responder a essa pergunta, precisamos avaliar os prós e contras de cada opção. Trabalho com treinamento há algum tempo e, hoje, recebi essa pergunta de um aluno. Não adianta responder a ou b sem argumentar, demonstrando as opções conforme a situação do aluno. O conteúdo, a forma de transmissão e a capacidade de assimilação do indivíduo são chaves para haver benefício maior de aprendizado. Tanto em um bom curso quanto em um bom livro, o conteúdo é a premissa básica . Por conteúdo entendemos: se está organizado; se respeita pré-requisitos; se promove o aprendizado guiado e incremental; se aborda de forma satisfatória os principais pontos; se tem bom balanço entre teoria, exemplos e prática (favorecendo exemplos e prática); se tem como premissa a acessibilidade possível (e cabível) pa...

D.B.C.D. - Desenvolvimento baseado na "Caverna do Dragão"

Depois de muito tempo sem assistir este épico desenho, acabei topando com ele novamente enquanto esperava minhas crianças acordarem (é sério mesmo!). Assisti por 60 segundos e logo peguei meu laptop pois acabava de ter o meu último insigth do ano: você já imaginou ensinar desenvolvimento de software para aqueles personagens? Teríamos uma equipe PERFEITA, pense bem: - Bob: o jovem valente com um tacape aparentemente podereso, mas poucas vezes ajuda efetivamente. É o programador Ruby on Rails. - Daiana: teríamos aquela jovem com bastão mágico que pode dar longos pulos. Casa perfeitamente com metodologias ágeis e Sprint. - Erick: o bundão com aquele escudo. É o cara da auditoria PMI com pós em CMM. Sabe tudo de logs é expert em TXT. - Sheila: a fulana que tem a capa que pode sumir. Bem, essa nem precisa de explicação. Muitos programadores sofrem de síndrome de Sheila. - Presto: é o mágico que em situações extremas tenta tirar algo do chapéu, mas nunca funciona. Basicamente é...

Como anda o Java ?

O trabalho com tecnologia tem um dinamismo tão grande e por isto uma constante necessidade de se manter atualizado, acompanhar as tendências, tentar prever as tecnologias que vão fazer sucesso no futuro na tentativa de se manter na vanguarda... e isto acaba gerando uma certa ansiedade nos desenvolvedores e profissionais de TI de forma geral!  Então, muita gente sempre nos pergunta: Mas, afinal de contas...como anda o Java ? A única resposta precisa que posso dar a vocês é a resposta do livro Guia do Mochileiro das Galaxias, ou seja: 42. Mas, como acabamos de voltar do maior e mais antigo evento de desenvolvedores Java, criado pela Sun Microsystems, o JavaOne com vários amigos que participam conosco desde 2001 e alguns que participam desde antes disto... eu vou compartilhar um pouco a minha visão e o que sinto na comunidade, na plataforma e no mercado. 1) A comunidade A comunidade é incrível, vibrante e os Null Pointer arrasaram nas duas apresentações! Tanto...

NIO.2 do Java 7: uma nova API do Java para file system

Uma das novidades mais importantes e aguardadas do Java 7 foi a NIO.2, a nova API para a manipulação I/O com Java. A NIO.2, também conhecida como JSR 203 , disponibiliza um conjunto de novos componentes, projetados para melhorar caracterísiticas de I/O com Java como por exemplo: uma nova API para o acesso e manipulação de conteúdo do file system (sistema de arquivos); outra API para operações assíncronas com I/O; e a atualização da API para comunicação via sockets ( channel sockets ).   O Java, antes da versão 7, tratava a manipulação do sistema de arquivos de forma primitiva. O programador tinha de trabalhar com a classe File para representar arquivos e/ou diretórios, com um número escasso de funcionalidades. Uma operação simples como copiar um arquivo demandava um código relativamente grande. Outras funcionalidades triviais, como por exemplo o uso de links simbólicos, não eram suportadas. Esses são alguns dos motivos para justificar o uso de bibliotecas terceiras...