O ScrumToys é um projeto que nasceu com o propósito de demonstrar o maior número possível de funcionalidades do JSF 2.0. Contudo, o ScrumToys vai alem e realiza alguns desafios que foram encontrados durante o seu refactoring para ser incorporado à versão final do NetBeans 6.8.
A primeira versão!
A primeira versão do ScrumToys foi desenvolvida aplicando efetivamente o padrão de projeto MVC. Através deste padrão, a camada view foi implementada com os componentes visuais do JSF, a camada controller foi implementada através de Managed Beans configurados via anotações e a camada model se distribuía em classes JavaBeans para realizar alguns componentes de negócios, entidades persistentes (JPA) e persistência através de Data Access Objects (DAOs). Estas várias camadas realizavam o ScrumToys para rodar no JBossAS 4.2.3 com banco de dados baseado no MySQL Database Server 5.0. Além disso, o projeto foi criado inicialmente através do Eclipse.
O refactoring!
Para simplificar ao máximo esta aplicação de demonstração, esta passou por um refactoring completo na camada model, além de uma revisão detalhada da camada de apresentação (view e controller). Neste refactoring, foi necessário tomar algumas decisões em prol da simplicidade que deixariam qualquer desenvolvedor purista de cabelos em pé. Algumas destas decisões envolveram:
- Migrar o projeto do Eclipse para o NetBeans (inicialmente o NetBeans 6.7.1);
- Alterar e eliminar possíveis configurações da aplicação Web para rodar no Glassfish sem a necessidade de configurações extras (tornando-o plug'n play);
- Usar o banco de dados JavaDB (antigo Derby) que já vem integrado numa instalação padrão do NetBeans e do Glassfish. Isso eliminaria a necessidade de instalar um MySQL, criar um usuário e um esquema no banco;
- Simplificar a configuração do JPA para usar o TopLink ou Eclipse Essentials, além de criar o banco de dados automaticamente no esquema padrão que já existe no JavaDB do NetBeans. Notamos que o Glassfish v2 (ainda Java EE 5) usa o TopLink como implementação de JPA 1.0 e o Glassfish v3 (que já é Java EE 6 e está embutido no NetBeans 6.8) usa o Eclipse Essentials, como implementação de JPA 2.0 (código aberto e doado do TopLink pela Oracle para o Eclipse.org, considerada a implementação de referência do JPA).
- E agora a decisão de projeto mais radical e ofensiva para alguns desenvolvedores: simplificar a camada model ao eliminar componentes de negócios e todos os Data Access Object. Assim, a lógica necessária para persistência e manipulação das entidades de negócios seriam implementadas na camada controller (dentro dos Managed Beans).
A última decisão de projeto, levou a uma arquitetura muito mais simples em detrimento da organização comumente recomendada para as camadas de uma aplicação web robusta e escalonável. Mas, esta arquitetura permitiu evitar o uso de Enterprise JavaBeans para o gerenciamento do contexto de persistência e demarcação de transação com recursos do EJB Container. Aspecto que fugiria do escopo do projeto e do propósito inicial da demonstração implementada. Contudo, mesmo ao eliminar os DAOs, a aplicação ainda precisaria ter acesso ao contexto de persistência (JPA) e realizar a demarcação da transação (neste caso, demarcação programática) dentro dos Managed Beans.
Uma nova arquitetura!
A segunda versão da aplicação, após o refactoring, passou a oferecer uma arquitetura simples através de classes que realizam simplesmente o propósito de demonstrar o maior número possível de funcionalidades do JSF 2.0, sem desviar a atenção para outras tecnologias que constituem o Java EE 6.
Como parte do processo de simplificação da arquitetura e para atender a necessidade de gerenciar um contexto de persistência e demarcação dentro dos Managed Beans da camada controller, a seguinte classe abstrata foi implementada para servir de base para todos os Managed Beans implemenatados.
package jsf2.demo.scrum.web.controller;Esta classe aplica os padrões de projeto Template Method e Strategy ao disponibilizar o método doInTransaction() que demarca a transação via JTA e permite receber o algoritmo de persistência através de uma implementação de callback ao realizar a "inner" interface PersistenceAction ou PersistenceActionWithoutResult. Esta implementação foi inspirada em classes presentes na arquitetura do Spring Framework chamadas de Template que encapsulam códigos padrões.
import javax.persistence.EntityManager;
import javax.persistence.PersistenceContext;
import javax.persistence.PersistenceUnit;
import javax.persistence.EntityManagerFactory;
import javax.transaction.UserTransaction;
// Outros imports foram omitidos ...
/**
* @author Dr. Spock (spock at dev.java.net)
*/
public abstract class AbstractManager {
@PersistenceUnit
private EntityManagerFactory emf;
@Resource
private UserTransaction userTransaction;
protected final <T> T doInTransaction(PersistenceAction<T> action)
throws ManagerException {
EntityManager em = emf.createEntityManager();
try {
userTransaction.begin();
T result = action.execute(em);
userTransaction.commit();
return result;
} catch (Exception e) {
try {
userTransaction.rollback();
} catch (Exception ex) {
Logger.getLogger(AbstractManager.class.getName()).log(Level.SEVERE,
null, ex);
}
throw new ManagerException(e);
} finally {
em.close();
}
}
protected final void doInTransaction(PersistenceActionWithoutResult action)
throws ManagerException {
EntityManager em = emf.createEntityManager();
try {
userTransaction.begin();
action.execute(em);
userTransaction.commit();
} catch (Exception e) {
try {
userTransaction.rollback();
} catch (Exception ex) {
Logger.getLogger(AbstractManager.class.getName()).log(Level.SEVERE,
null, ex);
}
throw new ManagerException(e);
} finally {
em.close();
}
}
protected static interface PersistenceAction<T> {
T execute(EntityManager em);
}
protected static interface PersistenceActionWithoutResult {
void execute(EntityManager em);
}
// Alguns outros métodos foram omitidos
}
Como os Managed Beans são componentes gerenciados e deverão herdar o código base apresentado acima, o Web Container Java EE 6 realizará a injeção de dependência ao fornecer referências válidas de objetos aos atributos dos tipos EntityManagerFactory e UserTransaction.
O diagrama a seguir ilustra a estrutura básica dos Managed Beans implementados no ScrumToys usando a classe abstrata acima como base.
O Managed Bean ProjectManager herdará a capacidade de persistência e já terá uma demarcação simples de transação através dos métodos Template doInTransaction(). A seguir está um fragmento de código deste controller.
package jsf2.demo.scrum.web.controller;Veja, no código acima, as linhas 33 a 38 que aplica o uso do Template Method doInTransaction() e do callback do tipo PersistenceAction para recuperar da base de dados todas as instancias persistidas de projetos. Este trecho de código herda o gerenciamento do EntityManager (abri e fechar) e a demarcação de transação (begin/commit/rollback). Outro exemplo se encontra entre as linhas 58 e 66, ao usar o callback do tipo PersistenceActionWithoutResult.
import jsf2.demo.scrum.model.entities.Project;
import javax.annotation.PostConstruct;
import javax.annotation.PreDestroy;
// Outros imports foram omitidos
/**
* @author Dr. Spock (spock at dev.java.net)
*/
@ManagedBean(name = "projectManager")
@SessionScoped
public class ProjectManager extends AbstractManager
implements Serializable {
private static final long serialVersionUID = 1L;
private Project currentProject;
private DataModel<Project> projects;
private List<SelectItem> projectItems;
private List<Project> projectList;
@PostConstruct
public void construct() {
this.currentProject = new Project();
init();
}
// ...
public void init() {
try {
setProjectList(doInTransaction(new PersistenceAction<List<Project>>() {
public List<Project> execute(EntityManager em) {
Query query = em.createNamedQuery("project.getAll");
return (List<Project>) query.getResultList();
}
}));
} catch (ManagerException ex) {
Logger.getLogger(ProjectManager.class.getName()).log(Level.SEVERE,null,ex);
}
projectItems = new LinkedList<SelectItem>();
projectItems.add(new SelectItem(new Project(), "-- Select one project --"));
if (getProjectList() != null) {
projects = new ListDataModel<Project>(getProjectList());
for (Project p : getProjectList()) {
projectItems.add(new SelectItem(p, p.getName()));
}
}
}
// ...
public String remove() {
final Project project = projects.getRowData();
if (project != null) {
try {
doInTransaction(new PersistenceActionWithoutResult() {
public void execute(EntityManager em) {
if (em.contains(project)) {
em.remove(project);
} else {
em.remove(em.merge(project));
}
}
});
getProjectList().remove(project);
} catch (Exception e) {
Logger.getLogger(getClass()).log(Level.SEVERE,
"Error on try to remove Project: " + getCurrentProject(), e);
addMessage("Error on try to remove Project", FacesMessage.SEVERITY_ERROR);
return null;
}
}
init();
// Using implicity navigation, this request come from /projects/show.xhtml
// and directs to /project/show.xhtml could be null instead
return "show";
}
// Alguns métodos foram omitidos.
}
A simplicidade tornando-se referência!
A arquitetura proposta no ScrumToys influenciou a implementação de alguns códigos dos exemplos contidos no livro JavaServer Faces 2.0, The Complete Reference escrito pelo Ed Burns, líder da especificação do JSF 2.0 no JCP, e pelo Chris Schalk, Developer Advocate no Google. Algumas páginas deste livro estão disponívels no Google Books:
JavaServer Faces 2.0, The Complete Reference
Segue abaixo uma página deste livro citando a arquitetura de persistência e gerenciamento de transação implementada na aplicação Virtual Trainer.
Luz, câmera, AÇÃO!
O vídeo a seguir ilustra a criação de um projeto no NetBeans 6.8 para ter acesso aos códigos do ScrumToys e avaliar a implementação da arquitetura proposta em ação.
Para mais informações sobre este projeto:
- JSF 2.0 Demo
- JSF 2.0 e ScrumToys
- JSF 2 Scrum Whiteboard, por Eder Magalhães
- Experimente online: ScrumToys
- Vídeo demo do ScrumToys no LinguÁgil 2009
http://blog.spock.com.br/
http://twitter.spock.com.br/
http://www.springbrasil.com.br/
Outros posts: http://blog.globalcode.com.br/search/label/Spock
Comentários
ScrumToys é dependente da IDE NetBeans 6.8 para rodar na sua especificação,e na mesma velocidade sem crachs de erro posso executar no Eclipse atual, alguma recomendação ?
Thanks !!!!
Uma versão do ScrumToys portada para rodar no JBossAS 6 está disponível para download em http://dl.dropbox.com/u/3027034/jib2010/Scrumtoys.Jboss6M2.zip
Outros detalhes em: http://blog.globalcode.com.br/2010/05/jsf-20-uma-evolucao-nas-interfaces-web.html
Vou procurar fazer os devidos testes, eu comentei sobre o Eclipse pois ele é o padrão pra o desenvolvimento Comercial preferido pelas empresas, poderia não ter features compativeis mas vou tentar por aqui....
Valeu !!!!
https://mojarra.dev.java.net/source/browse/mojarra/trunk/jsf-demo/sandbox/scrumtoys2009/eclipseProject/
Instruções para download estão em:
https://mojarra.dev.java.net/source/browse/mojarra/